Whoopi Goldberg parece que tem bisavós guineenses (ou, para ser mais preciso, nascidos na terra onde hoje está a Guiné-Bissau). Assim que soube da notícia, o governo guineense convidou (pateticamente - nem o nome da senhora escreveu correctamente) a atriz norte-americana para visitar o país.
Goldberg, que certamente tem mais que fazer que responder a convites deste tipo, mandou o seu agente dizer que "tem medo de andar de avião".
Ora mesmo que andasse pelo ar, como os pássaros, é sabido que não seria fácil a actriz chegar à Guiné-Bissau. Se se decidisse viajar na TAP teria que fazer a reserva com seis meses de antecedência, quer para garantir um bom preço, quer para garantir um lugar (coisa que nos dias de hoje, na rota Lisboa-Bissau, é quase impossível). Seria ainda maltratada pelas hospedeiras (porque é preta e estes são maltratados no espaço aéreo entre Bissau e Lisboa) e à chegada violavam e roubavam o conteúdo da sua mala! Como se não bastasse, a companhia não aceitaria a reclamação quanto ao sucedido.
Se viajasse via Dacar duas coisas lhe poderiam acontecer: ficar retida na capital senegalesa um dia, dois dias, três dias, uma semana, duas semanas... até que a Air Senegal se dignasse a "enfiá-la" num avião para Bissau; ou não vir a Bissau, de todo, caso a Air Senegal se decidisse a cancelar os vôos dias a fio, como faz regularmente.
Ter uma companhia aérea péssima a servir Bissau é de chorar. Ter duas (as duas únicas que aqui aterram) é de morrer de angústia. Goldberg não está para isso!
14.2.07
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5 comentários:
I got the point! ;)
Obrigada por aceder!
Amigo Jorge,
A TAP não discrimina. Brancos e pretos são maltratados por igual.
Abraço,
Álvaro
E para quando uma Air Guiné? Peçam a Angola que de certeza cria uma joint-venture com o Governo da Guiné-Bissau (como estão, ou desejam fazer, com a Comunicação social) e enquanto não houver aviões a TAAG põe um qualquer jactozinho dos mais-velhos a fazer o trajecto Luanda-Bissau-Lisboa!!!! Basta ver São Tomé e Príncipe...
Que a Goldberg não vá lá, ainda por cima depois de dizerem que é da família de "Nino" não surpreende nem afecta, agora ler o que se passa com as comunicaçõe saéreas já é de chorar.
Só assim se entende que o benfica de Bissau (tinha de ser por ser Benfica, só pode...) não conseguir regressar da vizinha República por falta de meios aéreos apesar do espaço aéreo estar fechado...
Enfim!!
Cumprimentos
Eugénio Almeida
Quanto ao convite por parte do governo foi ridículo. Quanto à questão da viagem, infelizmente é verdade. Para além de ser extremamente dificil arranjar lugar num avião para Bissau, o pessoal de bordo é extremamente antipático. O povo da Guiné merece melhor, muito melhor.
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http://toxicidades.blogspot.com
Caro Jorge!
Ao ler o Courier Internacional desta semana deparei com algumas palavras que não resisti a transcrever aqui porque suspeito que não concorda de todo.
Sob o título de "Dacar, um paraíso com problemas" a dada altura lê-se: " O Senegal é um dos raros países da África O cidental onde os «toubabs» [brancos, em «wolof»] são ainda recebidos de braços abertos. «Corremos mais riscos de ser agredidos ou vítimas de um insulto racista em Sarcelles [arredores de Paris]», declara maliciosamente Jean-Claude, professor destacado..."
noutro ponto:
«Aqui, é uma loucura, dá a sensação que as pessoas nunca entram em stresse. Apesar das dificuldades, encontram sempre maneira de sorrir e uma palavra amável para os estrangeiros.»
A primeira pagina deste jornal apresenta em letras garrafais o título: "África - ainda há lugar para os brancos?"
Gostava que tecesse algumas considerações e que expusesse o pensamento de alguns amigos guineenses nativos sobre este tema.
Um abraço
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