22.8.07
15.8.07
PROCURA-SE ESCULTOR
Desapareceu uma estátua da Guiné-Bissau. Estátua mesmo, não um pequeno busto desses que cabem debaixo do braço! Não! Desapareceu uma estátua de rua, dessas que pesam kilos (toneladas?). Não é grave, creio eu. O dinheiro do bronze derretido tem muito mais utilidade que um boneco! Além disso, pode sempre fazer-se outra. O governo da Guiné-Bissau, na falta da estátua de Pereira da Silva, vai procurar novo escultor. Em breve!
Fotos do site que aborda a vida e obra do escultor Pereira da Silva
Fotos do site que aborda a vida e obra do escultor Pereira da Silva
NORTE MAGNÉTICO
Desde miúdo que corro para sul, descurando esse pedaço estranho e gelado do mundo. Há muito muito tempo que o norte me atravessava a garganta. A visita à Islândia não serviu para desfazer o nó. Regresso com o país atravessado, a pedir uma revisita assim que a carteira ganhar equilíbrio. A bússola pessoal, que tenho dentro de mim, até aqui avariada, apontando para sul, ganhou um novo ponteiro que aponta para cima.
ESTRANHO VERÃO
Há uma pergunta óbvia, instantânea, quando se chega à Islândia em Julho e se é abraçado por uns refrescantes 13/15 graus: como é possível viver aqui no Inverno? De repente, damos connosco dentro de uma loja, à procura de um gorro que nos aqueça as orelhas e a moleirinha. Enquanto o sul do mundo descasca ao sol, andamos nós à procura de lã que nos aqueça. O sol da Islândia, no Verão, é como o sol de Janeiro do sul da Europa: áspero, quase morno. Quase que tem força para nos queimar, mas não para nos aquecer. A sombra, aos nossos pés, é sempre mais comprida que nós e acompanha-nos vinte horas por dia.
CIDADES INTERINAS
Vistas do ar, as cidades islandesas parecem um estaleiro da Soares da Costa. As habitações pré-fabricadas, dispostas em ruas onde tudo está no lugar – até as ervas daninhas – dão-lhes um aspecto provisório. Talvez quem aqui vive pense um dia fugir, desmontar a casa e voltar a erguê-la num local menos inóspito.
JANELAS
Foi um dos muitos aspectos curiosos anotados no bloco. As janelas islandesas não abrem por completo, como as do sul do mundo. Apenas uma nesga, para deixar entrar o ar. Em Julho, quando o sol desarrefece um poucochinho o ar, abrem-se as portas, fazem-se festas, bebem-se uns copos para festejar o pouco frio.
CONCEITO DE NOITE
Na Islândia, no Verão, não se podem combinar encontros para “logo à noite”, pois o dia nunca acaba nesta parte do mundo. “Sair à noite” em Reikjavic é, acreditem, uma experiência estranha – no mínimo! Estar à porta de um bar ou discoteca iluminado por luz natural é... não sei o quê!
Noctívagos (existe a palavra diurnívagos?) à porta de discoteca
O sol da (quase) meia-noite, como comprova o relógio da viatura, atrasado seis minutos
CHEIROS
A Islândia cheira às entranhas da terra. Em poucas partes do mundo a actividade vulcânica se deve sentir de forma tão intensa como aqui. A ilha é terra mais jovem do planeta – ainda está em formação.
Lama borbulhando
VIAGEM AO CENTRO DA TERRA
A mais bela viagem pode começar numa das muitas crateras “espalhadas” pela ilha. Juro que apetece fazer como Lidenbrock e Axel (Viagem ao Centro da terra, Júlio Verne). Meter um frontal na cabeça e ir por aí abaixo ver de que é feito o planeta.
Basalto. Terra fresca, acabada de "fazer"
Geyser. Talvez o mais conhecido cartão de visita da Islândia. Bizarro, como quase tudo o resto.
ARREPIANTE
A Islândia é como uma montanha russa. A cada curva um novo arrepio. Após cada subida, uma descida vertiginosa que nos faz gritar de histeria. Levava as expectativas muito altas. O que vi superou em dobro, em triplo, em quádruplo essas expectativas.
Lagoa Azul, outro do “postais” da Islândia. Aviso a eventuais turistas: não vale a pena pagar para entrar. O que há para ver vê-se de fora.
Atlântico norte. Em busca das baleias. Os operadores turísticos em Husavik dão 80% de chances de se ver os cetáceos. Calhei nesses 80% e vi uma Mink.
Pufins. Uns patarocos e simpáticos animais, meio gaivota, meio pato! Com asas compridas e pernas curtas.
8.8.07
INTIMIDAÇÕES CONTINUAM
E já vão 4. O último, assaltado e obrigado a refugiar-se no estrangeiro, foi o Alan Yero Embaló, correspondente em Bissau da RFI. Coragem companheiros. As armas, a ignorância e o dinheiro não vencerão a inteligência, a razão e a justiça.
Para ler AQUI
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GUINÉ-BISSAU VENDE DOMÍNIO INTERNET
O domínio .GW, até aqui pertença do Estado guineense, foi vendido. A melhor imagem da globalização está contida neste negócio: uma rica empresa norte-americana, com sede em Lisboa, que procura sócios pelo mundo e que divulga informação em francês consegue comprar a ciber-identidade de um pobre país africano. O caso não é o primeiro e não será decerto o último. Os países que hoje vendem os seus domínios um dia hão-de chorar por eles.
A propósito, alguém me sabe avançar os números do negócio? Só para saber, a partir deste exemplo, quanto vale um país.
A propósito, alguém me sabe avançar os números do negócio? Só para saber, a partir deste exemplo, quanto vale um país.
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