É obrigatório o uso da Língua Portuguesa nos órgãos de comunicação social – nas Rádios em 50 por cento do tempo de emissão e na TV em 80 por cento do tempo.
NOTÍCIA COMPLETA
30.4.08
29.4.08
OBRIGADO
RADIO PINDJIGUITI FECHA PORTAS
NOTÍCIA COMPLETA AQUI
Esperemos alguns dias/semanas, para saber ao certo a que se refere o proprietário da rádio, quando diz (à LUSA):
que a sua decisão visa pôr cobro a um conjunto de situações de "desrespeito à linha editorial" da estação por parte dos profissionais, atitudes que José Rodrigues Santy disse serem sistemáticas, embora tenha chamado, por várias vezes, a atenção dos jornalistas sobre a sua conduta "pouco profissional".
É que dentro de "linha editorial" cabe muita coisa!
Esperemos alguns dias/semanas, para saber ao certo a que se refere o proprietário da rádio, quando diz (à LUSA):
que a sua decisão visa pôr cobro a um conjunto de situações de "desrespeito à linha editorial" da estação por parte dos profissionais, atitudes que José Rodrigues Santy disse serem sistemáticas, embora tenha chamado, por várias vezes, a atenção dos jornalistas sobre a sua conduta "pouco profissional".
É que dentro de "linha editorial" cabe muita coisa!
INEP ON LINE
Quem quiser conhecer mais de perto esse case-study das ciências (quaisquer que sejam, humanas, sociais, políticas...) pode aceder ao site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, da Guiné-Bissau.
Disponíveis algumas publicações, entre elas a Soronda.
Disponíveis algumas publicações, entre elas a Soronda.
23.4.08
QUANTAS VOLTAS DÁ A LATA?
As mesmas voltas que dá a vida destas crianças, espalhadas por toda a África Ocidental. Saem de casa e deslocam-se para países vizinhos para (alegadamente) estudar o Corão.

Criança talibé
MAIS SOBRE ESTA QUESTÃO, por exemplo, AQUI

Criança talibé
MAIS SOBRE ESTA QUESTÃO, por exemplo, AQUI
21.4.08
INGRATIDÃO
Nem um presidente africano na cerimónias fúnebres de Aime Cesaire. Nem, ao menos, uma palavra, uma mensagem de condolências, um testemunho que rendesse homenagem ao criador da palavra "negritude".
Pergunte-se a Wade, Vieira, Touré, Santos, Gbagbo... e a outros presidentes africanos - sempre com as palavras "jugo colonial" na ponta da língua - quem foi Aime Cesaire. Talvez a ignorância - a sua bárbara ignorância de homens mais dados a cifrões que a letras - os leve a responder que se trata do tesoureiro de um qualquer banco na Suíça.
Pergunte-se a Wade, Vieira, Touré, Santos, Gbagbo... e a outros presidentes africanos - sempre com as palavras "jugo colonial" na ponta da língua - quem foi Aime Cesaire. Talvez a ignorância - a sua bárbara ignorância de homens mais dados a cifrões que a letras - os leve a responder que se trata do tesoureiro de um qualquer banco na Suíça.
TUDO ESTÁ BEM QUANDO ACABA BEM
Presidente Nino Vieira promulga lei de amnistia
Notícia LUSA
O Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, promulgou a lei de amnistia geral para crimes de natureza política e militar cometidos no país até Outubro de 2004, anunciou hoje o governo de Bissau.
A lei, aprovada no Parlamento guineense em Março, foi promulgada sexta-feira, mas só hoje foi publicada pelos serviços da Presidência do Conselho de Ministros.
A lei da amnistia visa "extinguir o procedimento criminal e faz cessar a execução de sanção" ainda não cumprida na totalidade e impede qualquer acção de perseguição relacionada com os factos abrangidos pela prescrição legal, lê-se no documento oficial enviado à imprensa, impresso no papel oficial da Assembleia Nacional Popular (ANP).
No entanto, o número dois do artigo que enquadra a lei da amnistia explica que a presente iniciativa legislativa abrange "apenas" os crimes e as infracções resultantes de motivação político-militar cometidos até 06 de Outubro de 2004, data em que soldados assassinaram o então Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), o general Veríssimo Correia Seabra.
O assassínio do general Seabra foi justificado como sendo a consequência de uma acção reivindicativa de soldados que exigiam o pagamento do seu soldo pela Missão de Manutenção da Paz na Libéria.
Logo após esses acontecimentos, os militares guineenses começaram a pressionar o poder político no sentido de ser aprovada uma lei da amnistia geral como forma de apaziguar os espíritos no país.
O Presidente guineense e o actual CEMGFA, general Tagmé Na Waié, têm sido os principais defensores de uma lei da amnistia no país.
O documento hoje divulgado faz saber que é criada uma Comissão para a Reconciliação Nacional para "formalizar o acto solene" de reconciliação nacional e do pedido de perdão pelos crimes cometidos.
Notícia LUSA
O Presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, promulgou a lei de amnistia geral para crimes de natureza política e militar cometidos no país até Outubro de 2004, anunciou hoje o governo de Bissau.
A lei, aprovada no Parlamento guineense em Março, foi promulgada sexta-feira, mas só hoje foi publicada pelos serviços da Presidência do Conselho de Ministros.
A lei da amnistia visa "extinguir o procedimento criminal e faz cessar a execução de sanção" ainda não cumprida na totalidade e impede qualquer acção de perseguição relacionada com os factos abrangidos pela prescrição legal, lê-se no documento oficial enviado à imprensa, impresso no papel oficial da Assembleia Nacional Popular (ANP).
No entanto, o número dois do artigo que enquadra a lei da amnistia explica que a presente iniciativa legislativa abrange "apenas" os crimes e as infracções resultantes de motivação político-militar cometidos até 06 de Outubro de 2004, data em que soldados assassinaram o então Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), o general Veríssimo Correia Seabra.
O assassínio do general Seabra foi justificado como sendo a consequência de uma acção reivindicativa de soldados que exigiam o pagamento do seu soldo pela Missão de Manutenção da Paz na Libéria.
Logo após esses acontecimentos, os militares guineenses começaram a pressionar o poder político no sentido de ser aprovada uma lei da amnistia geral como forma de apaziguar os espíritos no país.
O Presidente guineense e o actual CEMGFA, general Tagmé Na Waié, têm sido os principais defensores de uma lei da amnistia no país.
O documento hoje divulgado faz saber que é criada uma Comissão para a Reconciliação Nacional para "formalizar o acto solene" de reconciliação nacional e do pedido de perdão pelos crimes cometidos.
NOITES DE BAMAKO
São como as noites quentes de Julho no meu país. Com uma diferença: em Bamako é Julho todo o ano.
As noites de Bamako não têm luas cheias nem palavras de poetas que as tornem românticas. Têm, apenas, soleiras de porta, cadeiras dispostas e gente nelas sentadas, de pernas estendidas. E sons perdidos, de koras, balafons e djembés que a refrescam e tornam mais ligeira.
Na varanda onde durmo, vejo a cidade de cima. Telhados de zinco, ferrugentos de pouca água e retorcidos de muito sol. De olhos fechados, escuto serenatas nocturnas, cantadas em bambará pelos vizinhos. Delicio-me com o cheiro das 2 da manhã. E adormeço embalado por todo esse mundo que o Harmattan transporta, desde o Sahara, e docemente me faz entrar pelos buracos da mosquiteira: areia, pó, calor e teimosias tuaregues.
As noites de Bamako não têm luas cheias nem palavras de poetas que as tornem românticas. Têm, apenas, soleiras de porta, cadeiras dispostas e gente nelas sentadas, de pernas estendidas. E sons perdidos, de koras, balafons e djembés que a refrescam e tornam mais ligeira.
Na varanda onde durmo, vejo a cidade de cima. Telhados de zinco, ferrugentos de pouca água e retorcidos de muito sol. De olhos fechados, escuto serenatas nocturnas, cantadas em bambará pelos vizinhos. Delicio-me com o cheiro das 2 da manhã. E adormeço embalado por todo esse mundo que o Harmattan transporta, desde o Sahara, e docemente me faz entrar pelos buracos da mosquiteira: areia, pó, calor e teimosias tuaregues.
19.4.08
O MAPA DA FOME
Según el reporte de la FAO, el mapa de la crisis alimentaria es el siguiente: Lesoto (sequía); Somalia (conflictos y condiciones climáticas adversas); Suazilandia (sequía prolongada); Zimbabue (crisis económica, recientes aluviones); Eritrea (flujo interno de prófugos); Liberia (dificultad post-conflicto); Mauritania (sequía prolongada); Sierra Leona (dificultad post-conflicto); Burundi (guerra civil, flujo de prófugos); República Centroafricana (refugiados); Ciad (conflicto interno e de fronteras); República Democrática del Congo (guerra civil); República del Congo (prófugos); Costa de Marfil (guerra civil); Etiopia (escasas cosechas); Ghana (sequía y aluviones); Guinea (refugiados); Guinea-Bissau (inseguridad alimenticia); Kenia (adversas condiciones climáticas, conflicto civil); Sudán (guerra); Uganda /guerra civil en el Norte).
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17.4.08
RADIOTERAPIA

Mohamed é um enfermeiro de ocasião, que encontrei em Kayes há 4 anos atrás. A fadiga acumulava-se desde que há dois dias saíra de Ziguinchor. A humidade e a temperatura de início de estação das chuvas fizeram o resto: duas noites e três dias acamado com paludismo. O médico que me observou aconselhou-me repouso e proibiu-me seguir viagem para Bamako, sugerindo que me instalasse nos quartos da Rádio Rural. E aqui começa uma das histórias mais fascinantes destes apenas (quase) seis anos de África.
Se um dia, por absurdo, me perguntassem onde queria ter o próximo paludismo, poderia dizer, em Kayes. Com uma condição: ficar instalado na Rádio Rural. Por que motivo? Porque Mohamed continua a ser o amável estalajedeiro de serviço. Há quatro anos, Mohamed foi a voz amiga e incansável, que tão depressa ia buscar água como preparava um cuscus e mo obrigava a comer.
A única divergência que existiu entre enfermo e enfermeiro durante os três dias de convalescença foi a temperatura ambiente do quarto. Cada vez que entrava no habitáculo, proveniente dos 40 graus e dos 80% de humidade exteriores, Mohamed considerava imperativo ligar o ar condicionado. Eu, pelo contrário, gemendo febres e suores debaixo de um lençol sovado, mais estreito que papel vegetal, insistia junto de Mohamed que o seu termostato pessoal estava avariado.
Foram dois dias fantásticos, de tremuras e cansaços, de insónias de silêncio nocturno e jornadas dormidas, à luz do dia, às prestações. Sonos inquietos, despertos por portas a bater, telefones a tocar, motorizadas a sair para e a entrar do “terreno”, vindas de “lá” ou indo para “lá”, onde está a notícia, mostrando-me que a Rádio estava viva – como que ajoelhada aos pés da cama – e me desejava as melhoras.
Curei-me definitivamente desse paludismo ao terceiro dia, quando me senti com forças para ver que calor fazia para além da porta do “gelado” compartimento onde vegetara as 48 horas anteriores. Mohamed convidou-me a entrar no estúdio. Não “abri” microfones nem lancei RM’s, spots ou jingles. Não fui entrevistado nem entrevistei ninguém. Apenas olhei os cartões de favos de ovos, isolantes colados à parede, e inspirei fundo, enchendo os pulmões daquele ar silencioso, abafado e gasto de casa sem janela. Isso bastou para perceber que estava curado.
ADENDA: Voltei ontem a Kayes. Foi a ocasião de agradecer Mohamed, que continua vivo, depois de uma picada de cobra, há uns meses, quase o ter derrubado. Não teve direito a enfermeiro, como eu. Tratou-se sozinho com ervas tradicionais sonhadas de noite e recolhidas de madrugada nas margens do Niger. Está mais velho e mais gordo – estamos os dois – e arranjou mais uma mulher, sinal que a vida lhe corre bem.
16.4.08
Avião com políticos da Guiné Equatorial cai no mar
Infelizmente o político que fazia mais falta ter caído ao mar (o Presidente da República) não seguia a bordo. Lamentemos o acidente, portanto.
AQUI
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14.4.08
PADASS DI HOMI (PEDAÇO DE HOMEM)

Há, na imprensa de Bissau, notícias, fotos, situações que nos fazem sorrir, gargalhar mesmo.
Nesta legenda da GAZETA DE NOTÍCIAS de sexta-feira diz-se que 99% dos 19 funcionários da Galp em Bissau são mulheres. Constata-se, portanto, que a Galp tem um funcionário (que será obrigatoriamente homem) reduzido a 0,19% de corpo, que perfaz o 1% de efectivo da empresa. Que parte do corpo do homem trabalhará na Galp, é a pergunta que se impõe: uma mão larga, forte e sapuda, capaz de pegar na agulheta da bomba do gasóleo?
As incongruências não acabam por aqui. A foto mostra 10 jovens, todos bem machos, posando para a o postal. Onde estão afinal as mulheres?
ADENDA: Prezo (no geral) os jornalistas bissau-guineenses e admiro o trabalho que fazem a grande maioria deles (os que são honestos consigo com a profissão e com a sua terra). Para estes o meu abraço.
ANARQUIA TOTAL
Dois ecos das declarações da Liga Guineense dos Direitos Humanos, a propósito do ajuste de contas levado a cabo pelos elementos da Polícia de Intervenção Rápida este fim de semana.
A Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau considera que reina a impunidade no país e que o caso da execução na polícia é demonstrativo disso mesmo.
"Há uma anarquia total", afirmou aos jornalistas Luís Vaz Martins, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos. "Isto prova o que se afirmou no relatório sobre direitos humanos na Guiné-Bissau, divulgado sexta-feira", acrescentou o responsável.
A Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau considera que reina a impunidade no país e que o caso da execução na polícia é demonstrativo disso mesmo.
"Há uma anarquia total", afirmou aos jornalistas Luís Vaz Martins, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos. "Isto prova o que se afirmou no relatório sobre direitos humanos na Guiné-Bissau, divulgado sexta-feira", acrescentou o responsável.
11.4.08
DE VOLTA À ESTRADA
TERRA QUE DÁ TUDO
CICLO DO CAFÉ
A DESGRAÇA PODE SER A CHANCE DE ÁFRICA
Andamos todos de mãos na cabeça. Como vão os mais pobres aguentar a crise económica que afecta o mundo?
África não é excepção. Os países não-produtores-de-petróleo estão a braços com convulsões sociais, originadas pela escalada de preços dos bens de primeira necessidade e dos combustíveis. Burkina-faso, Costa do Marfim, Senegal, Camarões e Moçambique já conheceram este ano manifestações populares.
É sabido que os pobres são sempre os primeiros a pagar a crise (qualquer que seja). No entanto estou convencido que esta crise (a prolongar-se) será benéfica para África. Se ela obrigar a uma mudança de estilos de vida (desde logo a uma dieta dos aparelhos de Estado), muita gente sofrerá, de início, mas o resultado final será positivo.
Após as independências, o continente fugiu do campo e refugiou-se na cidade. Um êxodo não sustentável, pois as cidades africanas não têm emprego para todos os que lá querem morar. Os “poucos” que trabalham (no sentido de emprego com salário certo) vivem na grande maioria à sombra do GORDO Estado (o Senegal tem 29 ministérios, a Costa Marfim 31, a Guiné-Bissau 20, só para dar alguns exemplos).
Por isso, por aqui, os grandes aglomerados urbanos são acumulados de gente que não produz e que vive à conta dos que tiveram a sorte de encontrar que fazer sob o chapéu estatal.
Há, depois, uma classe intermédia, que se dedica ao comércio informal, a forma mais fácil e menos trabalhosa de ganhar a vida: comprar um quilo de tomates por 80 e vender po 100. Tirando uma meia-dúzia de cabeças por cada aglomerado urbano, os africanos citadinos não têm, por isso, no geral, - arrisco-me a dizer – criatividade. Limitam-se a fazer aquilo que todos fazem, para dessa forma subsistirem.
Estou convencido que um aumento prolongado e sistemático dos preços dos bens de primeira necessidade e dos combustíveis obrigará muitos citadinos a regressar à terra e a cultivá-la, para, no final de cada dia, terem que comer.
Este factor, associado à diminuição do envio de excedentes alimentares (sobretudo norte-americanos, que criaram vícios terríveis na sociedade africana) criará uma ruptura com o status quo instalado. Muitos sofrerão num primeiro momento, mas o resultado final pode ser positivo, se África for obrigada a pensar por ela própria e a resolver os seus problemas. Saber aliviar o sofrimentos dos mais fracos – os que estarão menos preparados para o embate – será o grande desafio dos próximos tempos para quem manda no continente.
África não é excepção. Os países não-produtores-de-petróleo estão a braços com convulsões sociais, originadas pela escalada de preços dos bens de primeira necessidade e dos combustíveis. Burkina-faso, Costa do Marfim, Senegal, Camarões e Moçambique já conheceram este ano manifestações populares.
É sabido que os pobres são sempre os primeiros a pagar a crise (qualquer que seja). No entanto estou convencido que esta crise (a prolongar-se) será benéfica para África. Se ela obrigar a uma mudança de estilos de vida (desde logo a uma dieta dos aparelhos de Estado), muita gente sofrerá, de início, mas o resultado final será positivo.
Após as independências, o continente fugiu do campo e refugiou-se na cidade. Um êxodo não sustentável, pois as cidades africanas não têm emprego para todos os que lá querem morar. Os “poucos” que trabalham (no sentido de emprego com salário certo) vivem na grande maioria à sombra do GORDO Estado (o Senegal tem 29 ministérios, a Costa Marfim 31, a Guiné-Bissau 20, só para dar alguns exemplos).
Por isso, por aqui, os grandes aglomerados urbanos são acumulados de gente que não produz e que vive à conta dos que tiveram a sorte de encontrar que fazer sob o chapéu estatal.
Há, depois, uma classe intermédia, que se dedica ao comércio informal, a forma mais fácil e menos trabalhosa de ganhar a vida: comprar um quilo de tomates por 80 e vender po 100. Tirando uma meia-dúzia de cabeças por cada aglomerado urbano, os africanos citadinos não têm, por isso, no geral, - arrisco-me a dizer – criatividade. Limitam-se a fazer aquilo que todos fazem, para dessa forma subsistirem.
Estou convencido que um aumento prolongado e sistemático dos preços dos bens de primeira necessidade e dos combustíveis obrigará muitos citadinos a regressar à terra e a cultivá-la, para, no final de cada dia, terem que comer.
Este factor, associado à diminuição do envio de excedentes alimentares (sobretudo norte-americanos, que criaram vícios terríveis na sociedade africana) criará uma ruptura com o status quo instalado. Muitos sofrerão num primeiro momento, mas o resultado final pode ser positivo, se África for obrigada a pensar por ela própria e a resolver os seus problemas. Saber aliviar o sofrimentos dos mais fracos – os que estarão menos preparados para o embate – será o grande desafio dos próximos tempos para quem manda no continente.
9.4.08
INSTITUIÇÕES BISSAU-GUINEENSES
Oportunidade Guiné
HÁ EMPRESÁRIOS [DE FUTEBOL] A TENTAREM OBTER A LICENÇA [DA FIFA] NOS PAÍSES LUSÓFONOS
Existem organismos na Guiné-Bissau que se prestam a todo o tipo de trafulhices, pantominices e outras coisas acabadas em "ices". Se juntarmos, então, Guiné-Bissau, Portugal e futebol, temos um cocktail explosivo. A trafulhice não podia ser maior, neste caso!
LER AQUI
HÁ EMPRESÁRIOS [DE FUTEBOL] A TENTAREM OBTER A LICENÇA [DA FIFA] NOS PAÍSES LUSÓFONOS
Existem organismos na Guiné-Bissau que se prestam a todo o tipo de trafulhices, pantominices e outras coisas acabadas em "ices". Se juntarmos, então, Guiné-Bissau, Portugal e futebol, temos um cocktail explosivo. A trafulhice não podia ser maior, neste caso!
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MISSIONÁRIO FRANCÊS ASSASSINADO NA GUINÉ
O irmão Joseph Douet, do Instituto Missionário dos Irmãos de Saint Gabriel, foi barbaramente assassinado esta tarde na localidade de Kataco, noroeste da Guiné, quando desconhecidos entraram na Missão Católica aparentemente em busca de dinheiro. O missionário francês foi surpreendido no terraço da Missão quando rezava o breviário, tendo sido posteriormente levado para o escritório, onde foi encontrado ao início da noite já sem vida.
Há algo de incompreensível numa morte por assassinato. Mais ainda tratando-se de missionários, gente que abandona a família, o lar, para se entregar aos outros por amor a uma causa.
Ainda há duas semanas, por ocasião do Dia dos Missionários Mártires, Bento XVI dizia ser "um dever de gratidão para toda a Igreja" lembrar e rezar pelos "irmãos e irmãs - bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e laicos - mortos ao longo de 2007 enquanto desenvolviam seu serviço missionário". É o pouco que podemos fazer.
Há algo de incompreensível numa morte por assassinato. Mais ainda tratando-se de missionários, gente que abandona a família, o lar, para se entregar aos outros por amor a uma causa.
Ainda há duas semanas, por ocasião do Dia dos Missionários Mártires, Bento XVI dizia ser "um dever de gratidão para toda a Igreja" lembrar e rezar pelos "irmãos e irmãs - bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e laicos - mortos ao longo de 2007 enquanto desenvolviam seu serviço missionário". É o pouco que podemos fazer.
7.4.08
NINO VIEIRA SEGUNDO "LOS ESPAÑOLES"
«Nino» Un autócrata africano de manual
Texto polémico este, publicado no suplemento dominical do diário espanhol ABC, da autoria de Michel Concato (que certamente não irá a Bissau tão depressa).
Como irá o PR e a sua entourage reagir a tão forte texto? Livrar-se-á o embaixador espanhol de uma chamada à Presidência? Pelo sim pelo não o melhor é ter a gravata à mão, não vá o telefone tocar...
Eis algumas passagens:
La gente dice que no se mueve ni una hoja -de coca, según los más maliciosos- sin que «Nino» lo sepa, sobre todo hoy en día. En los alrededores de Bissau o se está con él, o se es comprado más o menos directamente por él o, si uno se lo puede permitir, mejor se escapa al exilio.
(...)
Pero los fantasmas que «Nino» ha sabido fabricar con arte son los de siempre. Y quien se ve envuelto en ellos y en contra del presidente suele salir perdiendo. Como prueba, las ejecuciones en 1986 del vicepresidente Paulo Correia y de cinco de sus hombres, acusados de traición.
(...)
La sombra de «Nino» se alarga gravemente detrás de estos muertos, y quizás sea por eso por lo que el odiado presidente no duerme nunca más de una noche en la misma cama y cambia de domicilio siempre tras ocultarse el sol, escoltado por guardias armados hasta los dientes.
(...)
Este presidente parece tener a la comunidad internacional con la espalda contra la pared. Y como ejemplo sirva el hecho de que los observadores internacionales no se hayan enterado de las graves irregularidades en las últimas elecciones presidenciales (todos saben que los votos fueron comprados por Nino por unos 10.000 CFA, unos 15 euros, cada uno).
(...)
(...) en 2005 Vieira se proclama ganador gracias al precioso sostén de la Unión Europea, a través de la Comisión Electoral Nacional y de un centenar de «observadores occidentales».
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Texto polémico este, publicado no suplemento dominical do diário espanhol ABC, da autoria de Michel Concato (que certamente não irá a Bissau tão depressa).
Como irá o PR e a sua entourage reagir a tão forte texto? Livrar-se-á o embaixador espanhol de uma chamada à Presidência? Pelo sim pelo não o melhor é ter a gravata à mão, não vá o telefone tocar...
Eis algumas passagens:
La gente dice que no se mueve ni una hoja -de coca, según los más maliciosos- sin que «Nino» lo sepa, sobre todo hoy en día. En los alrededores de Bissau o se está con él, o se es comprado más o menos directamente por él o, si uno se lo puede permitir, mejor se escapa al exilio.
(...)
Pero los fantasmas que «Nino» ha sabido fabricar con arte son los de siempre. Y quien se ve envuelto en ellos y en contra del presidente suele salir perdiendo. Como prueba, las ejecuciones en 1986 del vicepresidente Paulo Correia y de cinco de sus hombres, acusados de traición.
(...)
La sombra de «Nino» se alarga gravemente detrás de estos muertos, y quizás sea por eso por lo que el odiado presidente no duerme nunca más de una noche en la misma cama y cambia de domicilio siempre tras ocultarse el sol, escoltado por guardias armados hasta los dientes.
(...)
Este presidente parece tener a la comunidad internacional con la espalda contra la pared. Y como ejemplo sirva el hecho de que los observadores internacionales no se hayan enterado de las graves irregularidades en las últimas elecciones presidenciales (todos saben que los votos fueron comprados por Nino por unos 10.000 CFA, unos 15 euros, cada uno).
(...)
(...) en 2005 Vieira se proclama ganador gracias al precioso sostén de la Unión Europea, a través de la Comisión Electoral Nacional y de un centenar de «observadores occidentales».
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RADIO SOL
Rosalino Sipalunto é o locutor de serviço, hoje, um sábado de início de 2007. São 17 horas. A noite anuncia-se em Suzana. Neste preciso momento mais ninguém acompanha Rosalino nesse acto louco de fazer rádio (quase) de manivela: não há assistentes, não há um técnico de serviço… uma recepcionista, pelo menos, que recolha os pedidos dos discos, entregues à porta da rádio e escritos em bilhetinhos amachucados e repletos de erros ortográficos. Rosalino é um trapezista sem rede. Encontra-se no estúdio sozinho, suspenso no micro, mas amparado no éter. Do lado de lá da rádio existem centenas, talvez milhares, de ouvintes que o escutam, atentíssimos, não para gozar com ele cada vez que se enganar, mas para absorver cada sílaba, cada palavra que voar desde a sua boca até ao pequeno receptor “made in China”.
Rosalino não tem medo das brancas nem dos discos riscados (o pavor de qualquer locutor), dos engasganços ou das hesitações vocais. Neste Sábado tudo isso lhe acontece, mas Rosalino, seguro de si, prossegue a emissão e mostra ao mundo – perdão, a Suzana – que de noite também pode fazer sol.
Talvez esta seja uma metáfora forçada demais para descrever os serões da povoação. Ainda assim, arrisco-me a dizer que nesta pequena aldeia do norte da Guiné-Bissau, as escuras noites são alumiadas pelo astro-rei, através da Rádio Eva, a única rádio do país inteiramente alimentada por painéis solares.
A Rádio Eva é uma rádio comunitária como milhares de outras em África. Um edifício tosco, uma pequena antena no telhado e jovens, muitos jovens, que lhe dão sentido e a fazem funcionar meia dúzia de horas por dia. Tantas quantas os painéis solares permitirem. E é precisamente isso que a torna diferente das milhares de outras.
Ficheiro mono e 8 bits, para mais rápido carregamento
ADENDA: desde início de 2007 a Rádio Eva tem sido equipada com material diverso. Entre ele está – disseram-me – um gerador. Imagino que hoje, dia 6 de Abril de 2008, este texto já não esteja actual. Que o gerador ajude os jovens da Eva a melhorarem o seu trabalho.
Rosalino não tem medo das brancas nem dos discos riscados (o pavor de qualquer locutor), dos engasganços ou das hesitações vocais. Neste Sábado tudo isso lhe acontece, mas Rosalino, seguro de si, prossegue a emissão e mostra ao mundo – perdão, a Suzana – que de noite também pode fazer sol.
Talvez esta seja uma metáfora forçada demais para descrever os serões da povoação. Ainda assim, arrisco-me a dizer que nesta pequena aldeia do norte da Guiné-Bissau, as escuras noites são alumiadas pelo astro-rei, através da Rádio Eva, a única rádio do país inteiramente alimentada por painéis solares.
A Rádio Eva é uma rádio comunitária como milhares de outras em África. Um edifício tosco, uma pequena antena no telhado e jovens, muitos jovens, que lhe dão sentido e a fazem funcionar meia dúzia de horas por dia. Tantas quantas os painéis solares permitirem. E é precisamente isso que a torna diferente das milhares de outras.
Ficheiro mono e 8 bits, para mais rápido carregamento
ADENDA: desde início de 2007 a Rádio Eva tem sido equipada com material diverso. Entre ele está – disseram-me – um gerador. Imagino que hoje, dia 6 de Abril de 2008, este texto já não esteja actual. Que o gerador ajude os jovens da Eva a melhorarem o seu trabalho.
6.4.08
TEATRO EM BISSAU NO CC PORTUGUÊS
Começa amanhã (7) e termina dia 12 de Abril o Encontro de Teatro da Guiné-Bissau 2008. A iniciativa, promovida pelo Centro Cultural Português, promete mostrar à cidade os talentos do palco que pululam pelo país. E são muitos.
6 dias de teatro para ver os seguintes grupos:
Fidalgos - dia 7, 19h30
Estudo Africano, Voz da Guiné, Escolar do Liceu Nacional Kwame N’Krumah - dia 8 a partir das 19h
Grupo Amizade (de S. Domingos) e Lanta - dia 9 a partir das 19h
Irmãos Unidos (de Gabú), Brigada Cultural Estudantil e Netos da amizade, dia 10 a partir das 19h
Os Oprimidos, Netos do Bandim e Ussoforal - dia 11 a partir das 19h
Teatro Experimental da Guiné - dia 12 às 19h
6 dias de teatro para ver os seguintes grupos:
Fidalgos - dia 7, 19h30
Estudo Africano, Voz da Guiné, Escolar do Liceu Nacional Kwame N’Krumah - dia 8 a partir das 19h
Grupo Amizade (de S. Domingos) e Lanta - dia 9 a partir das 19h
Irmãos Unidos (de Gabú), Brigada Cultural Estudantil e Netos da amizade, dia 10 a partir das 19h
Os Oprimidos, Netos do Bandim e Ussoforal - dia 11 a partir das 19h
Teatro Experimental da Guiné - dia 12 às 19h
CORREIOS BISSAU-GUINEENSES CAÇADOS COMO COELHOS
Detenida una mujer en el Aeropuerto Tenerife Norte con un kilo y medio de heroína
Nas últimas semanas a imprensa espanhola noticiou - pelo menos que tenhamos lido - duas detenções.
Nas últimas semanas a imprensa espanhola noticiou - pelo menos que tenhamos lido - duas detenções.
5.4.08
MORCEGOS
A AGORA ÁFRICA AUSTRAL?
A acreditar nesta leitura dos factos e nas fontes citadas, o ditador vive o estertor final. Por outro lado, uma breve leitura pela imprensa sul africana (AQUI, AQUI ou AQUI) não deixa perceber de que lado estão, de facto, o ANC e as autoridades do país, as únicas capazes de influenciar o desfecho desta partida. Talvez joguem uma dupla, de forma a não perder a face, qualquer que seja o resultado final.
Ainda é cedo para cantar vitória, no entanto, a verificar-se uma saída de cena por parte de Robert Mugabe, há um facto que não pode ser ignorado: as oposições dos países vizinhos sentir-se-ão galvanizadas e com novo fôlego para os combates que aí vêm. O futuro de Angola e Moçambique, o futuro do MPLA e da Frelimo no poder, pode ser influenciado pelo que acontecer no Zimbabwe entre o Zanu-PF e o MDC. Veremos.
Ainda é cedo para cantar vitória, no entanto, a verificar-se uma saída de cena por parte de Robert Mugabe, há um facto que não pode ser ignorado: as oposições dos países vizinhos sentir-se-ão galvanizadas e com novo fôlego para os combates que aí vêm. O futuro de Angola e Moçambique, o futuro do MPLA e da Frelimo no poder, pode ser influenciado pelo que acontecer no Zimbabwe entre o Zanu-PF e o MDC. Veremos.
3.4.08
FORAM SÓ 114 MIL EUROS
A propósito do desvio de fundos doados por Portugal e Espanha, disse o Ministro das Finanças da Guiné-Bissau:
"Desde Dezembro, que os nossos serviços, juntamente com os bancos, estavam no encalço desta rede, felizmente conseguimos detectá-la a tempo", afirmou Issuf Sanhá
Ou seja, por outras palavras o que o ministro quis dizer foi: "Quem desviou o dinheiro conseguiu apenas o suficiente para comprar um T1 usado na Buraca, Lisboa, embora o objectivo fosse um T3, em Cascais. Estamos, por isso, satisfeitos por termos impedido tal operação."
Ou, por outras palavras ainda: "E tiverem vocês [comunidade internacional] muita sorte de ter sido o dinheiro dos pelintras lá da Península Ibérica. Se fosse cash dos americanos, dos líbios, da ONU ou do FMI, o desvio teria sido à grande, e não coisa de amadores. 114 mil Euros?!... Éh... O que é isso?... Não percebo o porquê de tanto ruído."

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FECHADO PARA BALANÇO. ESTAMOS A VER QUANTO FALTA.
"Desde Dezembro, que os nossos serviços, juntamente com os bancos, estavam no encalço desta rede, felizmente conseguimos detectá-la a tempo", afirmou Issuf Sanhá
Ou seja, por outras palavras o que o ministro quis dizer foi: "Quem desviou o dinheiro conseguiu apenas o suficiente para comprar um T1 usado na Buraca, Lisboa, embora o objectivo fosse um T3, em Cascais. Estamos, por isso, satisfeitos por termos impedido tal operação."
Ou, por outras palavras ainda: "E tiverem vocês [comunidade internacional] muita sorte de ter sido o dinheiro dos pelintras lá da Península Ibérica. Se fosse cash dos americanos, dos líbios, da ONU ou do FMI, o desvio teria sido à grande, e não coisa de amadores. 114 mil Euros?!... Éh... O que é isso?... Não percebo o porquê de tanto ruído."

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UM OLHAR AMERICANO
A VOICE OF AMERICA tem um jornalista em Bissau. Eis 5 despachos enviados do país:
Investigators Struggle to Fight Drug Crimes in Guinea-Bissau
Development Eludes Guinea-Bissau Amid Turbulence
Guinea-Bissau Government Attempts to Curb a Powerful Military
Teachers, Students Unsure about Future of Guinea-Bissau Education
Guinea-Bissau Frustrates Entrepreneurs
Da leitura dos despachos retenho, essencialmente, este parágrafo: "starting a business in Guinea Bissau takes more that five times the world average of 43 days."
Investigators Struggle to Fight Drug Crimes in Guinea-Bissau
Development Eludes Guinea-Bissau Amid Turbulence
Guinea-Bissau Government Attempts to Curb a Powerful Military
Teachers, Students Unsure about Future of Guinea-Bissau Education
Guinea-Bissau Frustrates Entrepreneurs
Da leitura dos despachos retenho, essencialmente, este parágrafo: "starting a business in Guinea Bissau takes more that five times the world average of 43 days."
EM 2100 NÃO ESTAREI LÁ PARA VER
Felizmente. Porque não resistiria ao choque de ver Moçambique ASSIM.
2.4.08
RADICALISMO ISLÂMICO À AFRICANA

Em África tudo na vida tem uma vivência própria, sui generis... até o fundamentalismo islâmico (cada vez mais presente) que obriga a mulher a cobrir-se dos pés à cabeça, mas não à criança que traz às costas. Talvez o bebé seja "homem" e, por isso, tenha direito a andar descoberto!
Nzerekoré, sul da Guiné.
1.4.08
CHUVA CÁ
MESTIÇAGEM NATURE
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