9.7.08

O GENERAL E OS RATOS DE LABORATÓRIO

O general Verastegui, que chefia a Missão da União Europeia para a Reforma do Sector de Segurança, deu uma conferência no seu país natal, onde está de férias. O texto publicado no CONFIDENCIAL demonstra (1) que a realidade do terreno é diferente da esperada; (2) que em apenas 3 meses o general espanhol já se apercebeu da tarefa gigantesca (impossível?) que tem pela frente. Se o olmo não dá peras, onde vai o general arranjá-las? Debaixo de algum mangueiro não será… pois este só dá mangos Serão estas palavras, já, um cântico de desânimo?

O problema da relação de confiança Missão- Forças Armadas Guineenses, muito importante, foi abordado por Verastegui. Se esta barreira não for ultrapassada o projecto que lidera está votado ao fracasso. Os militares guineenses nunca se deixarão transformar em ratos de laboratório e Tagmé na Wai já avisou: “Querem reformar as FA para depois nos virem apanhar como galinhas." Votos (sinceros) de boa sorte a toda a equipa da Missão.

Duas frases do texto cujas linhas merecem ser lidas e as entrelinhas relidas.

Una cosa es reformar y otra reconstruir. Lo que nos encontramos sobre el terreno dista mucho del manual.

Además, se añade el problema de que “no es fácil tener a suficientes personas dispuestas a dejar su casa, su familia durante largo tiempo”, por ello, se acude a las rotaciones, lo que genera “numerosos problemas, sobre todo porque la relación de confianza con las autoridades del país asesorado es clave y, con tanto cambio, terminan sintiéndose como conejillos de Indias” [ratos de laboratório]. Por tanto, “hay que preparar currículos y estructuras potentes”.

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3 comentários:

edesigo disse...

Mas alguém (no seu perfeito juízo) tinha ilusões de que esta missão seria mais uma de tanta que já houve para Guiné-Bissau?
Só há reforma das forças armadas e controlo de tráfico de droga (controlo, porque a droga é uma coisa que nunca mais sairá da Guiné) se os militares estiverem disposto a isso.
Quem são os traficantes de droga na Guiné?Todos sabemos quem são, não queremos é admitir ou temos medo de fazer.

Anónimo disse...

No fim quem se vai sentir como rato de laboratório, quando sair da Guiné, vai ser o próprio General espanhol.
Um dia, quando regressar para junto dos netos, estes dirão muitas vezes, "avuelo, no me lo digas!" ou então "avuelo, no lo creo". E talvez algum desses netos, um dia já General, venha à Guiné confirmar, enviado por uma ONG.

Anónimo disse...

A questão é que, todos nós sabemos, todos nós conhecemos e todos nós não fazemos nada...

É mais cómodo condenar estes projectos e missões, do que apontar o dedo a quem poderia e deveria fazer e não faz.

Ao menos há alguém a tentar!

Responsabilidade social amiguinhos!!!