Notícia LUSA
O Banco Mundial (BM) ameaçou cancelar os apoios e programas na Guiné-Bissau caso o governo de Aristides Gomes persista em actuar à margem da "transparência e da boa governação", factores exigidos para o desbloqueamento de fundos financeiros ao país.
A ameaça está contida numa carta, a que a agência Lusa teve hoje acesso, enviada a 21 de Novembro último aos ministros guineenses da Economia, Issufo Sanhá, e das Finanças, Vítor Mandinga, pelo director das Operações para a Guiné-Bissau do Banco Mundial, Madani Fall.
Se a suspensão se confirmar, a Guiné-Bissau ficará também sem os financiamentos do Banco Africano de Apoio ao Desenvolvimento (BOAD) e do seu principal parceiro da cooperação, a União Europeia (UE), deixando ainda pendente o apoio orçamental de 10 milhões de dólares (7,7 milhões de euros) previsto para este ano, alerta-se no documento.
Na carta, Madani Fall lembra que a mesa redonda de doadores, realizada em Genebra a 07 e 08 de Novembro último, os parceiros de desenvolvimento prometeram desbloquear fundos financeiros, condicionando-o a uma comprovada "boa governação e ao aprofundamento das reformas".
O responsável do BM sublinha que, ao mesmo tempo, as autoridades de Bissau teriam de "evitar os retrocessos e os erros, tais como as políticas adoptadas pelo governo no sector da castanha de caju durante o primeiro semestre de 2006".
Em causa está uma decisão tomada a 31 de Outubro último pelo Conselho de Ministros guineense, que cancelou o processo que estava em curso para a aquisição em "leasing", através de um concurso público internacional "competitivo", de um sistema de produção de energia de 15 megawatts.
"(O governo) procedeu contrariamente com um contrato negociado de uma forma não competitiva para a aquisição de um sistema de produção de energia com capacidade de 10 megawatts", afirma Madani Fall.
"Sabemos também que o mesmo procedimento está a ser considerado no caso (da privatização) do porto (de Bissau) e que o concurso público competitivo para a alienação do Hotel 24 de Setembro (igualmente na capital guineense) continua ainda esquecido e sem solução", acrescenta Fall.
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3 comentários:
Com estes sujeitos tudo é possível. Até são capazes vender as próprias mães para amealharem mais uns €€€.
JC
Se é novidade para alguns para mim não é, pq o actual ministro das finanças tinha no seu posse a maior empresa do país e a sua incompetencia levou a empresa a falencia. Donde virá a competencia para gerir coisas publicas????
A história dos governantes guineenses não é de admirar, porque sempre esforçam mais pelos seus interesses pessoais não pelo interesse da nação
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