11.12.06

Liga Direitos Humanos condena agressão de militares a portuguesa

Notícia LUSA

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) condenou hoje, de forma veemente, o espancamento, às mãos de militares da Armada, de que foi alvo no passado domingo a cidadã portuguesa Catarina Ribeiro.

Num comunicado de imprensa, a Liga considera que Catarina Ribeiro, uma jovem de 26 anos, foi alvo de um acto "vergonhoso, criminoso e cobarde" por parte e de militares da Armada guineense, "o que deve ser sancionado de acordo com a lei vigente no país".

A Liga encoraja a jovem portuguesa a apresentar uma queixa-crime contra os autores da agressão, já que foi vítima de ofensas corporais puníveis no ordenamento jurídico guineense.

De regresso a Bissau no domingo, vinda de Quinhamel, uma estância balne ar situada 40 quilómetros a noroeste da capital guineense, Catarina Ribeiro foi abordada por soldados da Marinha de Guerra que estavam, alegadamente, em missão de patrulhamento numa zona do mato.

Segundo Catarina Ribeiro, com medo, já que era a única ocupante da viatura, não obedeceu à ordem de paragem dada pelos soldados, alguns deles trajando à civil, tendo efectuado marcha-atrás até ao local de onde partira.

De novo em Quinhamel, os soldados agrediram-na com murros, pontapés e puxões no cabelo, actos acompanhados de insultos, contou a jovem portuguesa à agência Lusa.

Catarina Ribeiro já apresentou uma queixa na Polícia Judiciaria guineense e no Estado-Maior General da Armada (EMGA), tendo solicitado ainda o acompanhamento da Embaixada de Portugal, em Bissau .

No comunicado, a Liga pede a intervenção do Parlamento, no sentido de este órgão accionar os mecanismos previstos nas comissões especializadas para as áreas de Defesa e Segurança para que os culpados deste acto sejam responsabiliza dos.

Afirmando tratar-se de um "acto vândalo", que põe em causa o "bom-nome da instituição militar", a Liga exorta o EMGA a punir "severa e exemplarmente" o s agentes agressores.

Segundo a Liga, actos semelhantes ao de que Catarina Ribeiro foi vítima têm ocorrido de "forma frequente nos últimos tempos", sem que haja "medidas sancionatórias" aos prevaricadores.

Sem comentários: