19.12.06

NATAL INJUSTO! NATAL AMARGO...

Dos 365 dias do ano, os que antecedem o Natal são os mais confrangedores.

Uma agitação fora de normal toma conta de muitos guineenses nesta altura do ano. Ficam nervosos. Correm para trás e para diante. Batem a mil e uma portas. Desfazem-se em justificações. Apenas com um objectivo: arranjar algum dinheiro para o Natal.

Admito que para algumas pessoas a pedinchice seja um prazer e não uma necessidade. Para outras, a maioria, pedir ajuda é um acto a que se vêem obrigados por motivos diversos: doença ou falta de pagamento de salários. Para um terceiro grupo, ainda, pedir é rebaixamento tremendo, a que são obrigadas.

Nisso, este Natal é igual a tantos outros. Sempre houve e haverá um aumento dos pedidos de dinheiro nesta altura. Mas este ano, na Guiné-Bissau, há uma diferença: o Estado não conseguiu colocar em dia os salários de milhares de guineenses.

Quem trabalha recebe, dizem a lei, a ética e a moral. É assim em todo o mundo. Excepto na Guiné-Bissau. E em todo o mundo, mais que em qualquer outra altura do ano, o patrão (se for honesto) dá uma atenção especial aos pagamentos dos meses de Natal, por ser uma época especial. Infelizmente aqui não é assim.

PS: O Natal da Guiné-Bissau salva-se (sempre, mas este ano em especial) com as remessas que os emigrantes enviam às famílias. São milhões, os euros que entram em Dezembro vindos de todo o mundo. À custa do seu suor, os emigrantes suportam, a partir de fora, as injustiças cometidas dentro. E tornam mais doce um Natal amargo. Bem hajam.

BOAS FESTAS! UM PRÓSPERO 2007.

(AFRICANIDADES REGRESSA EM JANEIRO)

14.12.06

FLANDRES FAZ MORRER A BÉLGICA - fantástico!!!!!!!

A RTBF (cadeia de televisão belga) quase matou de susto os habitantes do país.

Numa emissão fictícia declarou a independência da Flandres, causando espanto (e mesmo pânico) aos belgas!

LER NOTÍCIA AQUI

LER REACÇÕES AQUI (alguns embaixadores - uns tótós - acreditados em Bruxelas chegaram a informar os seus países que estava em curso um golpe de Estado).

Esta brilhante ideia deitou por terra os nossos planos de fazer o mesmo, um destes dias, relativamente ao Alentejo, no hertz da rádio da Azaruja! Assim sendo, teremos que fazer uma coisa à séria, com uma independência de verdade.

Responsáveis da TGB afirmaram já que, por razões óbvias, não tencionam nunca (não sonham sequer) fazer semelhante emissão no país!!!!

13.12.06

MARROCOS! FASCISTA!

Prova de como Marrocos é uma ditadura protegida (por alguns países europeus).

Prova que Marrocos é terceiro mundo e que algum jornalismo que por lá se faz é de quinto mundo!

Au nom de la défense des droits de l¹Homme : Des perturbateurs empêchés de réaliser leurs desseins à Laâyoune

11.12.06

ESPALHEM A NOTÍCIA

Fim-de-semana com duas boas novas.

1 – A fronteira de Safim (para quem não conhece, uma fronteira instituída às portas da cidade de Bissau) foi abolida. É a segunda vez que a vergonhosa corda desaparece. Veremos por quanto tempo!

2 – A ponte de Cassolol (norte do país) foi reparada por um conjunto de amigos, algumas empresas e organizações guineenses. A estrutura é provisória, ainda, mas permite à população de Cassolol e Varela voltar a ter contacto com o mundo.

Volta a ser fácil viajar por aí para ver coisas bonitas, como estas ou outras…

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DANÇAS DE LUAS e de natais - sugestão

Cedendo espaço aos vícios consumistas.


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Lua branca
Quem te fez tão feiticeira
Tecedeira de prodígios e magias?

Quem te deu poder tamanho
Que sobre o teu manto estranho
Faz reais as mais distantes fantasias?

Lua cheia tempestade nos sentidos
Desmedidos nesse teu encantamento
Porque morrendo ao fascínio
Que me impõe em teu domínio
Corpo solto na vertigem do momento

Lua nova,
face oculta no mistério
de um império que não ouso desvendar

Embuçada sentinela
Que mesmo ausente revela
Ter a força dos segredos por contar

Lua meia em caprichosa mudança
Numa dança que a voz do tempo conduz
Espelho de quem é sempre mulher
E vive no constante renascer
Nos matizes mais secretos dessa luz
Lua branca, Lua cheia, Lua Nova, Lua meia

Katia Guerreiro - Dança das Sete luas
in Nas Mas Mãos do Fado
Compositores: Ana Vidal e João Veiga

COMPRAR (por exemplo) AQUI

MELÍFERA CHINA

O presidente guineense afirmou recentemente que a China tem que ensinar a Guiné-Bissau/África a pescar. As declarações de Nino Vieira geraram alguma confusão e mal entendidos, não se percebendo se o Chefe de estado se referia a “pescar”, no sentido bíblico do termo, ou a pescar, no sentido profissional e predador (como fazem os chineses em águas africanas) do termo.

É curioso este namoro (mais ou menos recente) de África com a China. Mais curioso ainda é que os dirigentes africanos apresentem (e vejam) o gigante asiático como o salvador de África.

Aparentemente a China não permite batotice (desvios, leia-se) no jogo da cooperação. Pergunta aos Estados africanos o que precisam e depois executa ela, sozinha, com os seus homens e os seus materiais, a obra. Desde o saco de cimento, à porca, ao software, tudo é importado das terras vermelhas! Claro que muitas vezes saem monos (bairro dos antigos combatentes, em Bissau) desadequados às necessidades da população ou elefantes (Assembleia Nacional Popular, onde até o Windows, dos computadores, está em versão chinesa).

A realidade, porém, é bem diferente. A velha máxima da economia (não há almoços grátis) aplica-se na perfeição à relação China-África. As pescas, as madeiras, os minérios (petróleo incluído) são a verdadeira razão pela qual os chineses estão a apostar em África. Até aqui nada de novo, o ocidente também o faz.

A diferença é que, se uns dão com uma mão e tiram com a outra, a China dá com meia mão e tira com as duas. Sem respeito pelos direitos humanos, pelo meio ambiente, por nada. A postura adoptada por este país para com África é neo-colonialista e predadora.

O discurso dos políticos africanos (de que a China veio para nos salvar) mantém o povo adormecido. A débil opinião pública africana atravessa ainda a fase de fascínio relativamente aos camaradas chineses. Oxalá quando despertarem para a realidade não seja tarde demais.

Liga Direitos Humanos condena agressão de militares a portuguesa

Notícia LUSA

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) condenou hoje, de forma veemente, o espancamento, às mãos de militares da Armada, de que foi alvo no passado domingo a cidadã portuguesa Catarina Ribeiro.

Num comunicado de imprensa, a Liga considera que Catarina Ribeiro, uma jovem de 26 anos, foi alvo de um acto "vergonhoso, criminoso e cobarde" por parte e de militares da Armada guineense, "o que deve ser sancionado de acordo com a lei vigente no país".

A Liga encoraja a jovem portuguesa a apresentar uma queixa-crime contra os autores da agressão, já que foi vítima de ofensas corporais puníveis no ordenamento jurídico guineense.

De regresso a Bissau no domingo, vinda de Quinhamel, uma estância balne ar situada 40 quilómetros a noroeste da capital guineense, Catarina Ribeiro foi abordada por soldados da Marinha de Guerra que estavam, alegadamente, em missão de patrulhamento numa zona do mato.

Segundo Catarina Ribeiro, com medo, já que era a única ocupante da viatura, não obedeceu à ordem de paragem dada pelos soldados, alguns deles trajando à civil, tendo efectuado marcha-atrás até ao local de onde partira.

De novo em Quinhamel, os soldados agrediram-na com murros, pontapés e puxões no cabelo, actos acompanhados de insultos, contou a jovem portuguesa à agência Lusa.

Catarina Ribeiro já apresentou uma queixa na Polícia Judiciaria guineense e no Estado-Maior General da Armada (EMGA), tendo solicitado ainda o acompanhamento da Embaixada de Portugal, em Bissau .

No comunicado, a Liga pede a intervenção do Parlamento, no sentido de este órgão accionar os mecanismos previstos nas comissões especializadas para as áreas de Defesa e Segurança para que os culpados deste acto sejam responsabiliza dos.

Afirmando tratar-se de um "acto vândalo", que põe em causa o "bom-nome da instituição militar", a Liga exorta o EMGA a punir "severa e exemplarmente" o s agentes agressores.

Segundo a Liga, actos semelhantes ao de que Catarina Ribeiro foi vítima têm ocorrido de "forma frequente nos últimos tempos", sem que haja "medidas sancionatórias" aos prevaricadores.

6.12.06

PARTIDAS E CHEGADAS

Um amigo escreve assim, no seu JIRENNA:

“Desfazer ordens antigas de cinco anos. O quarto parece um poço sem fundo: onde meti tanta coisa? Fazer malas. Atender mensagens de ternura e amizade. Uma confusão de coisas para deitar fora, de sentimentos contraditórios: alegria e lágrimas. Cada vez que parto morro um bocadinho. Mas a morte gera vida e a chegada, amanhã, às 7h15 a Nairobi, é o início de um (re)nascimento, um novo começo cheio de promessa e de ilusão.”

Quem sabe o que é viver com a vida (pleonasmo propositado) empacotada numa mochila sabe que palavras são estas. E sabe também o que é morrer, a cada nova partida. Sabe ainda como se nasce de novo, após cada chegada.

Boa sorte nesse Mártir-Sudão. Que a excelente obra deixada para trás inspire a que se segue. E até breve. Cá ou lá.

Experiência missionária a seguir AQUI.

Banco Mundial ameaça cancelar apoios por falta de transparência

Notícia LUSA

O Banco Mundial (BM) ameaçou cancelar os apoios e programas na Guiné-Bissau caso o governo de Aristides Gomes persista em actuar à margem da "transparência e da boa governação", factores exigidos para o desbloqueamento de fundos financeiros ao país.

A ameaça está contida numa carta, a que a agência Lusa teve hoje acesso, enviada a 21 de Novembro último aos ministros guineenses da Economia, Issufo Sanhá, e das Finanças, Vítor Mandinga, pelo director das Operações para a Guiné-Bissau do Banco Mundial, Madani Fall.

Se a suspensão se confirmar, a Guiné-Bissau ficará também sem os financiamentos do Banco Africano de Apoio ao Desenvolvimento (BOAD) e do seu principal parceiro da cooperação, a União Europeia (UE), deixando ainda pendente o apoio orçamental de 10 milhões de dólares (7,7 milhões de euros) previsto para este ano, alerta-se no documento.

Na carta, Madani Fall lembra que a mesa redonda de doadores, realizada em Genebra a 07 e 08 de Novembro último, os parceiros de desenvolvimento prometeram desbloquear fundos financeiros, condicionando-o a uma comprovada "boa governação e ao aprofundamento das reformas".

O responsável do BM sublinha que, ao mesmo tempo, as autoridades de Bissau teriam de "evitar os retrocessos e os erros, tais como as políticas adoptadas pelo governo no sector da castanha de caju durante o primeiro semestre de 2006".

Em causa está uma decisão tomada a 31 de Outubro último pelo Conselho de Ministros guineense, que cancelou o processo que estava em curso para a aquisição em "leasing", através de um concurso público internacional "competitivo", de um sistema de produção de energia de 15 megawatts.

"(O governo) procedeu contrariamente com um contrato negociado de uma forma não competitiva para a aquisição de um sistema de produção de energia com capacidade de 10 megawatts", afirma Madani Fall.

"Sabemos também que o mesmo procedimento está a ser considerado no caso (da privatização) do porto (de Bissau) e que o concurso público competitivo para a alienação do Hotel 24 de Setembro (igualmente na capital guineense) continua ainda esquecido e sem solução", acrescenta Fall.

4.12.06

CAÇA ÀS FOTOS

Tal como a caça caça (a dos animais), também as fotos têm a sua época. na Guiné-Bissau e arredores, esta "caça ecológica" começa em Dezembro e prolonga-se até Março/Abril. As amenas temperaturas e a baixa humidade deixam o céu mais verdadeiro (nas outras alturas é invariavelmente cinzento) e as cores menos baças.

O trabalho e as caçadas são a razão de uma actualização mais inconstante deste espaço.

Três espécimes (a)batidas por aí:
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