Falta-me o ar no país Dogon. E não são os 40 graus associados aos 85% de humidade que me põem doente. É o movimento das gentes.
Os tremelicar dos homens montados em burros a caminho da ceifa. O gingar das mulheres nos telhados, estendendo cereais ao sol. A poalha do milho e do sorgo bailando ao sabor do harmattan (vento seco, carregado de poeira, proveniente do Sahara ). Nada está quieto nesta terra. Tudo e toda a gente se move numa agitação delirante e exaltada. Impaciente. Não há cigarras no país Dogon. Apenas formigas. Diferentes das outras, é certo. Não rastejam pelo chão, exibem-se gloriosas ao sol, no alto dos telhados, nas estradas de pó e pedra, para que todos vejam de que é feita a vontade de trabalhar e sobreviver à seca que se aproxima.
22.11.07
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1 comentário:
Lindo, sublime, apaixonante!
Só de ver fico sem sentir o glacial que esvoaça e nos refreia em Coimbra!
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