12.10.07

AO CONTRÁRIO

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A capacidade que este continente tem de me surpreender é enorme. No momento que perguntamos “será que ainda há algo novo em África, para mim?”, logo aparece coisa ou facto que nos deixa boquiabertos e felizes por ainda (afinal!) não termos visto tudo.

Conacri é uma cidade desvairada, frenética e caótica. A lentidão do trânsito é efervescente, como se assim se role mais depressa. A velha máxima “ou vai ou racha” (ça passe ou ça casse) segue-se aqui mais à risca que a Bíblia numa igreja. (Vai-me parecendo que será aqui que verei o famigerado porco a andar de bicicleta.) Na hora de ponta, quando o trânsito se aperta para entrar ou sair da cidade (dependendo da hora), vale tudo. Ultrapassar pela direita, por cima do passeio, pelo meio do improvisado mercado de berma de estrada… Vale tudo mesmo. Tudo tudo. Mesmo.

Até circular na faixa contrária da auto-estrada que dá entrada e saída ao centro da cidade. E, para que não julguem que são casos isolados, emergências talvez, aqui se jura, que não. A polícia aceita e até auxilia nos pontos onde se dá o cruzamento de via. De manhã e ao final da tarde há três faixas num sentido e uma no inverso. Esta manhã, ao entrar, lembrei-me da malta da linha de Sintra. Imaginemo-los, cedinho, sol baixo, tomar conta do outro lado da 2ª circular, de forma a chegar mais depressa ao Campo Grande! Até os radares de velocidade ficavam confusos.

1 comentário:

Carlos Vilafanha disse...

Uma das coisas boas em África é que existe sempre algo para nos surpreender. Fantático continente. É pena os governantes que tem.
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