14.9.06

FOTOS DE UMA VIAGEM DE IDA

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Lixo piscícola. Hann, arredores de Dacar. O peixe capturado na costa senegalesa é tanto que algum acaba por apodrecer em grandes montes no areal.


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Pintura. Saint Louis, no norte do Senegal, é terra de pescadores. Dizem que o mar não é tão generoso como foi em tempos, por isso muitos estão a partir para a Europa como clandestinos. Os que ficam persistem na teimosia de fazer da pesca a sua vida. Em Saint Louis continuam a fabricar-se pirogas, que só depois de ornamentadas podem entrar no mar. As pinturas dos cascos destas embarcações são verdadeiras obras de arte.


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Cavalos. Assim se transporta até às arcas frigoríficas, em Saint Louis, o peixe que há-de seguir de avião para a Europa. Muito do que se vende nos mercados e nas praças portuguesas e espanholas vai daqui congelado em antonovs fretados ou em aviões comerciais.

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Caldeirão de fome. À sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, a praia de Saint Louis é uma alegria. As crianças brincam, os homens jogam às cartas, as mulheres conversam. As panelas fumegam no areal, para dar de comer a quem tenha fome (e dinheiro para pagar).

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Paradas. Centenas de pirogas em Saint Louis aguardam melhores marés. Na praia diz-se que o negócio da pesca já teve melhores dias e que por agora não compensa sair.


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Tipicamente senegalês. As candongas, exemplarmente pintadas, carregam até não poder mais. No estribo traseiro há sempre lugar para mais um. Ou dois, ou três, ou…


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Amarelo, verde e negro. No sul da Mauritânia, onde o deserto se anuncia, tímido, há mouros castanhos que escravizam pretos. O país continua a ser referenciado pelas organizações de direitos humanos como local onde subsiste a escravatura. Há quem garanta que não é verdade. Um ponto a menos para um país muito bonito, que parece dar sinais de abertura. A ver vamos como correm as próximas eleições, marcadas para breve.


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Mini-tempestade. Fora de estação, os grãos de pó do Sahara bailaram e dificultaram a vida ao motorista do velho mercedes entre Noackchott, capital da Mauritânia, e Nouadhibou, no norte. Os 500 km, geralmente "andados" a 120 km/h, foram percorridos bem mais lentamente.


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Scherka. Neste bairro piscatório de Nouadhibou a vida não é mentira. As condições em que habitam e trabalham os africanos (muitos guineenses) que aqui encontrei são do mais abjecto que se possa imaginar. As suas tarefas limitam-se a amanhar o peixe mais barato, aquele que o ocidente não come. Escalam-no, secam-no ou fumam-no e exportam-no para o interior de África, lá onde o mar não chega. Pena que, por ser jornalista, e à conta de andar atrás do tema "imigração clandestina", tenha sido corrido do bairro. Hei-de voltar. Na foto, raias secam ao sol.


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Caravanistas. São franceses, na maioria, e descem até ao Sahara Ocidental. Nómadas à sua maneira, encostam as suas casas rolantes à beira-mar, junto à estrada que passa entre o Atlântico e o deserto. Ali ficam, desfrutando de uma paisagem de sonho. Invejo-os! Embora inveje mais os donos deste país, os Saharauis, que têm uma terra linda, linda (infelizmente não podem dispor dela).


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Nacionalismo hipócrita. As bandeiras vermelhas com a estrela são comuns por todo o Marrocos. No Sahara Ocidental são ostensivas e fazem-se acompanhar por centenas de fotos do rei (tem um ar de tenrinho que faz favor), como que para marcar a soberania e fazer ver a todos que quem manda ali é D. Mohammed VI.

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