10.10.07

SALTIMBANCANDO (um último post sentimental)

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Quase toda a minha vida cabe em 60 litros de mochila e meia dúzia de gigabytes de disco rígido. O resto são pessoas, locais e livros, mas esses não os posso carregar comigo.

Em 13 anos 5 endereços diferentes. 5 recomeços. 5 prantos por abandonar terras queridas. Talvez esta mobilidade não seja estranha a um europeu ou a um norte-americano, mas é-o a filho de portugueses, nascido de 70 em diante (as anteriores gerações foram diferentes). Nascemos, vivemos e morremos no mesmo local. Pisamos toda a vida as mesmas pedras de calçada. Temos medo da mudança. Perdemos a ousadia. O casamento ou os estudos são dos poucos momentos que nos fazem saltar do ninho. Mas mesmo longe, a ele sonhamos voltar.

Iniciar uma nova vida numa nova caixa postal custa sempre, mas os anos vão-nos dando traquejo. Demonstrando, por exemplo, que a distância não corrói as verdadeiras e sinceras amizades feitas nas paragens anteriores. Destrói, isso sim, os “conhecimentos”. Dos “conhecidos” nunca mais se ouvirá falar.

Recomeçar é um desafio medonho, que nos afronta e faz tremer de início. Depois vemos que não é assim tão difícil e que sabe bem aprender com novas pessoas coisas que até aqui ninguém nos havia ensinado.

E agora… ao trabalho, que o blog não foi feito para falar de mim.

4 comentários:

Anónimo disse...

Amigo:

Muda de domicílio, faz da transferência modos vivente. Mas não desligues este blog que é uma das minhas melhores janelas para um mundo em que nasci e por desvirtude da sorte tardo a ver com a pele e com o nariz e língua...estou preso nesta Coimbra que não me teve ao nascer e morro de saudades do mato que me viu vir ao mundo, crescer e partir até hoje...espero que não para sempre!

j2mseravat

Anónimo disse...

É a força da inércia.
Antes dos anos 70 alugava-se casa e mudava-se de sitio frequentemente. A gora compra-se casa e fica-se preso para o resto da vida.
E depois anda tudo nos shoppings, plasmado.

Rubi disse...

Pode não ter sido feito para falar de si, mas gostei imenso do texto. Até porque me senti representada (na parte de mudar e de aprender com isso claro!) :)

Anónimo disse...

Olá,as suas palavras dizem quase sempre tudo! O res-ti-to que falta vai para os próprios actos, que depois nos chegam nas imagens das fotos, mas é mm só o aspecto visual, que serve para confrontarmos com a nossa imaginação, è de artista!!
Boa sorte ao artista!