Notícia original AQUI
Notícia repescada pelo Africatime AQUI
Notícia Lusa, publicada pela Angop, já com o desmentido do EMGFA de Bissau AQUI
28.2.08
26.2.08
O PORCO MOTOCICLISTA
A Guiné é um país surpreendente. Depois de cinco anos em África, viver em Conakry é um recomeçar de novo. Uma espécie de “esquece tudo o que aprendeste”.
Escrevi há uns meses que ainda haveria de ver um porco a andar de bicicleta. Não vi a andar de bicicleta, mas vi a andar de moto, o que vai dar ao mesmo, tratando-se ambos de veículos de duas rodas. E que porco!... Um porcalhão cheio de febras e toicinhos, a avaliar pelo tamanho.
Foto tirada algures na Guiné. A má qualidade da mesma deve-se ao facto de o retratado (o motociclista, não o porco) ser um militar, um ranger ainda por cima, e, portanto, não ter havido oportunidade de pedir para ele parar e se deixar fotografar uma segunda vez, sob risco de passar eu para o lugar do porco, nas traseiras da moto, a caminho do quartel por atentado contra a segurança do... porco. Perdão, do Estado!
Escrevi há uns meses que ainda haveria de ver um porco a andar de bicicleta. Não vi a andar de bicicleta, mas vi a andar de moto, o que vai dar ao mesmo, tratando-se ambos de veículos de duas rodas. E que porco!... Um porcalhão cheio de febras e toicinhos, a avaliar pelo tamanho.
Foto tirada algures na Guiné. A má qualidade da mesma deve-se ao facto de o retratado (o motociclista, não o porco) ser um militar, um ranger ainda por cima, e, portanto, não ter havido oportunidade de pedir para ele parar e se deixar fotografar uma segunda vez, sob risco de passar eu para o lugar do porco, nas traseiras da moto, a caminho do quartel por atentado contra a segurança do... porco. Perdão, do Estado!
25.2.08
PRATELEIRAS INTERNACIONAIS
Há figuras Bissau-guineenses que, face às cíclicas crises que o país atravessa, foram retiradas de cena (apoiadas) por organismos/instituições ou Estados. Uma espécie de emprateleiramento de luxo (vivido quer em Bissau quer no exterior, dependendo dos casos), para que essas mesmas pessoas não se queimem (ou sejam queimadas) na sempre tórrida vida política local. Este facto é, ao mesmo tempo, uma forma de dar a essas pessoas um sustento fora do círculo do Estado.
Podíamos citar dezenas de casos de guineenses emprateleirados pelo Banco Mundial, UCLLA, CPLP, UEMOA, BCEAO, etc.. Umas bem emprateleiradas, por se tratarem, de facto, de homens capazes, honestos e inteligentes, outros verdadeiros embustes. A ideia destas organizações é retirar estas pessoas da arena política, protegê-las, para um dia, quando as condições forem propícias, as voltarem a lançar na Guiné-Bissau, para salvar o país do caos. Até aqui estas organizações só têm retirado gente, ainda não devolveram ao país os quadros que lá foram buscar, o que significa que o dia D ainda não chegou.
Vem este paleio a propósito da polémica que envolve Emílio Kafft Costa, que por duas vezes, sem sucesso, tentou alcançar a cadeira máxima do Supremo Tribunal de Justiça. Sem querer, de forma alguma, tomar posição pelo constitucionalista neste caso, eminentemente político, diria apenas que talvez fosse altura de a comunidade internacional, sempre atenta aos valores proeminentes da Guiné-Bissau, retirar Kafft Costa de cena. Não sei se o Professor estaria interessado, mas penso que todos ficariam a ganhar: a Guiné-Bissau que via um homem inteligente defendê-la e dar-lhe bom nome nos areópagos internacionais; os seus adversários, que se viam livres dele; e a comunidade internacional, que ganhava mais um ponta de lança para lançar (pleonasmo propositado) numa ocasião futura.
ADENDA: Este post surge a propósito da obra que trago à cabeceira: a tese de doutoramento do Professor Doutor Emílio Kafft Costa, obra densa, de leitura difícil, que espelha particularidades diversas de um homem e de um país.
Por ser leigo em leis e não apreender em toda a sua abrangência a matéria que ali se trata, não me posso alongar muito. Trata-se de uma obra realista, que parte da ideia que é melhor um sistema constitucional pobre (um Estado concreto), mas que seja efectivamente respeitado, que um outro (o actual sistema Bissau-guineense, o Estado de [suposto] Direito) rico de normas que todos atropelam.
Podíamos citar dezenas de casos de guineenses emprateleirados pelo Banco Mundial, UCLLA, CPLP, UEMOA, BCEAO, etc.. Umas bem emprateleiradas, por se tratarem, de facto, de homens capazes, honestos e inteligentes, outros verdadeiros embustes. A ideia destas organizações é retirar estas pessoas da arena política, protegê-las, para um dia, quando as condições forem propícias, as voltarem a lançar na Guiné-Bissau, para salvar o país do caos. Até aqui estas organizações só têm retirado gente, ainda não devolveram ao país os quadros que lá foram buscar, o que significa que o dia D ainda não chegou.
Vem este paleio a propósito da polémica que envolve Emílio Kafft Costa, que por duas vezes, sem sucesso, tentou alcançar a cadeira máxima do Supremo Tribunal de Justiça. Sem querer, de forma alguma, tomar posição pelo constitucionalista neste caso, eminentemente político, diria apenas que talvez fosse altura de a comunidade internacional, sempre atenta aos valores proeminentes da Guiné-Bissau, retirar Kafft Costa de cena. Não sei se o Professor estaria interessado, mas penso que todos ficariam a ganhar: a Guiné-Bissau que via um homem inteligente defendê-la e dar-lhe bom nome nos areópagos internacionais; os seus adversários, que se viam livres dele; e a comunidade internacional, que ganhava mais um ponta de lança para lançar (pleonasmo propositado) numa ocasião futura.
ADENDA: Este post surge a propósito da obra que trago à cabeceira: a tese de doutoramento do Professor Doutor Emílio Kafft Costa, obra densa, de leitura difícil, que espelha particularidades diversas de um homem e de um país.
Por ser leigo em leis e não apreender em toda a sua abrangência a matéria que ali se trata, não me posso alongar muito. Trata-se de uma obra realista, que parte da ideia que é melhor um sistema constitucional pobre (um Estado concreto), mas que seja efectivamente respeitado, que um outro (o actual sistema Bissau-guineense, o Estado de [suposto] Direito) rico de normas que todos atropelam.
24.2.08
SARKOZY – O MALCRIADO
Enquanto estagiário de diversos órgãos de comunicação eborenses acompanhei múltiplas visitas de dirigentes políticos portugueses de visita ao Alentejo. De todas as visitas guardo com especial carinho duas passagens de Paulo Portas pela Praça do Geraldo. Provocação é a classificação mínima que se pode dar à passagem de um político conservador por um local onde só “pousam” comunistas e socialistas.
À provocação de Portas, os reformados alentejanos respondiam com uma indiferença altiva e perversa.
Quando Portas se aproximava com a sua pose de estadista, cheio de si, e perguntava:
- Muito bom dia… posso cumprimentá-los?
A reacção dos velhos alentejanos era um aperto de mão fugidio, desinteressado, prosseguindo a conversa que mantinham antes da inoportuna interrupção como se por ali tivesse passado o Zé Manuel da taberna da esquina.
Só por uma vez vi um desses velhotes, que enganam os dias na Praça, encolher o braço à passagem do líder do PP. Portas não se deixou intimidar. Prosseguiu como se nada fosse. A atitude do velhote, insólita, prova que mesmo não gostando não há lugar a más-criações para aqueles lados.
Vem esta conversa a propósito da “última” de Nicolas Sarkozy, presidente francês. Já conhecido pelo seu mau génio, o chefe de Estado playboy maltratou um visitante de uma feira, só porque este fugiu dele (Sarkozy) pedindo que não lhe tocasse porque o sujava. O vídeo pode ser visto AQUI. Esperemos que sirva de inspiração aos reformados eborenses, da próxima vez que Portas por lá passar.
À provocação de Portas, os reformados alentejanos respondiam com uma indiferença altiva e perversa.
Quando Portas se aproximava com a sua pose de estadista, cheio de si, e perguntava:
- Muito bom dia… posso cumprimentá-los?
A reacção dos velhos alentejanos era um aperto de mão fugidio, desinteressado, prosseguindo a conversa que mantinham antes da inoportuna interrupção como se por ali tivesse passado o Zé Manuel da taberna da esquina.
Só por uma vez vi um desses velhotes, que enganam os dias na Praça, encolher o braço à passagem do líder do PP. Portas não se deixou intimidar. Prosseguiu como se nada fosse. A atitude do velhote, insólita, prova que mesmo não gostando não há lugar a más-criações para aqueles lados.
Vem esta conversa a propósito da “última” de Nicolas Sarkozy, presidente francês. Já conhecido pelo seu mau génio, o chefe de Estado playboy maltratou um visitante de uma feira, só porque este fugiu dele (Sarkozy) pedindo que não lhe tocasse porque o sujava. O vídeo pode ser visto AQUI. Esperemos que sirva de inspiração aos reformados eborenses, da próxima vez que Portas por lá passar.
À ATENÇÃO DA ASAE*
Hoje aqui se mostram os locais onde habitualmente nos abastecemos dos melhores, mais suculentos e saborosos produtos para a nossa alimentação:
O talho
A padaria
A mercearia (hoje um pouco desfalcada)
A frutaria
O restaurante
Ainda não morremos nem apanhámos doenças estranhas.
* Para quem não conhece, a ASAE é a Autoridade para a Segurança Alimentar. Uma polícia que tem gerado controvérsia em Portugal. Há quem considere que actua com critérios semelhantes aos da PIDE (Polícia Política de Salazar). O número 1 da ASAE foi apanhado a fumar no interior de um estabelecimento de diversão no primeiro em que entrava em vigor a lei que proibia precisamente isso. Consta em Portugal que uma das próximas medidas da ASAE será fiscalizar, nos restaurantes, se os clientes lavam ou não as mãos antes de se sentarem à mesa.
O talho
A padaria
A mercearia (hoje um pouco desfalcada)
A frutaria
O restaurante
Ainda não morremos nem apanhámos doenças estranhas.
* Para quem não conhece, a ASAE é a Autoridade para a Segurança Alimentar. Uma polícia que tem gerado controvérsia em Portugal. Há quem considere que actua com critérios semelhantes aos da PIDE (Polícia Política de Salazar). O número 1 da ASAE foi apanhado a fumar no interior de um estabelecimento de diversão no primeiro em que entrava em vigor a lei que proibia precisamente isso. Consta em Portugal que uma das próximas medidas da ASAE será fiscalizar, nos restaurantes, se os clientes lavam ou não as mãos antes de se sentarem à mesa.
ZIMBABUÉ - COMEÇOU A CAMPANHA
No dia em que Mugabe celebrou 84 anos começou a campanha para as presidenciais. A festa de aniversário e de início de campanha do ditador custou o equivalente a USD 250.000.
AQUI
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22.2.08
O HORROR DO PÓ
Entre Conakry e Bamako há 1000 km de estrada. Primeiro floresta, depois montanha, a seguir savana. Um regalo para os olhos e uma forma de aligeirar as 15 horas de volante. A viagem termina num banho de pó, à entrada da capital do Mali.
Tirei esta foto na semana passada. Nela se pode ver uma mulher a atravessar a estrada envolta na nuvem por mim deixada. Hoje, que o MALIWEB fala no assunto, publico a foto, como testemunha do que sofrem as populações que vivem à beira da estrada (de todas as estradas de pó) e das quais nós, condutores, não nos lembramos na hora de acelerar rumo ao destino. É também um mea-culpa, um pedido de desculpas.
AQUI A NOTÍCIA DO MALIWEB
Tirei esta foto na semana passada. Nela se pode ver uma mulher a atravessar a estrada envolta na nuvem por mim deixada. Hoje, que o MALIWEB fala no assunto, publico a foto, como testemunha do que sofrem as populações que vivem à beira da estrada (de todas as estradas de pó) e das quais nós, condutores, não nos lembramos na hora de acelerar rumo ao destino. É também um mea-culpa, um pedido de desculpas.
AQUI A NOTÍCIA DO MALIWEB
O ARRUMADOR-FILÓSOFO
Commando (lê-se cômandô) é a antítese do arrumador. Não pede dinheiro, sabe conversar, não bebe, não fuma e não se droga. Este habitué do parque de estacionamento de uma esplanada de Bamako é alto, corpulento, largo e veste de preto. No entanto falta-lhe algo que faça dele um verdadeiro Commando. Apesar do nome a sua postura aproxima-se mais de um filósofo espontâneo, que de um (suposto) militar arrumador de automóveis.
Tornámo-nos amigos na primeira vez que estacionei na área de que é rei e senhor há mais de 10 anos. Abriu a porta do carro, cumprimentou e, vendo-me novo naquelas paragens e sozinho, desfiou de seguida o cartel de serviços que tem para oferecer: guarda do carro, lavagem executada na hora por um dos seus “funcionários” e as meninas mais bonitas de Bamako.
Até hoje fiquei-me pela guarda do carro, não me podendo por isso pronunciar quanto aos restantes serviços disponibilizados pelo Commando. Mas a verdadeira razão que me leva a falar deste sujeito é a frase que remata de cada vez que as moedas me rareiam na carteira, na hora de regressar a casa.
Commando fecha a porta do carro com o mesmo sorriso e bondade de todos os dias e exclama, com o ar mais natural do mundo:
- On ne peut pas gagner tous les jours, mon ami.
A máxima do Commando acompanha-me desde que lha ouvi dizer. Nos dias em que a vida corre mal, em que os problemas nos derrotam e nos deitam ao chão, fecho a porta que impede as correntes de ar de chegar ao cérebro e, com um sorriso igual ao do Commando, penso: de facto não se pode ganhar todos os dias.
Tornámo-nos amigos na primeira vez que estacionei na área de que é rei e senhor há mais de 10 anos. Abriu a porta do carro, cumprimentou e, vendo-me novo naquelas paragens e sozinho, desfiou de seguida o cartel de serviços que tem para oferecer: guarda do carro, lavagem executada na hora por um dos seus “funcionários” e as meninas mais bonitas de Bamako.
Até hoje fiquei-me pela guarda do carro, não me podendo por isso pronunciar quanto aos restantes serviços disponibilizados pelo Commando. Mas a verdadeira razão que me leva a falar deste sujeito é a frase que remata de cada vez que as moedas me rareiam na carteira, na hora de regressar a casa.
Commando fecha a porta do carro com o mesmo sorriso e bondade de todos os dias e exclama, com o ar mais natural do mundo:
- On ne peut pas gagner tous les jours, mon ami.
A máxima do Commando acompanha-me desde que lha ouvi dizer. Nos dias em que a vida corre mal, em que os problemas nos derrotam e nos deitam ao chão, fecho a porta que impede as correntes de ar de chegar ao cérebro e, com um sorriso igual ao do Commando, penso: de facto não se pode ganhar todos os dias.
21.2.08
Bissau-guineense preso na fronteira do Caia
O homem transportava dinheiro que a polícia espanhola supõe ser dirigido a uma operação de compra/venda de droga.
AQUI
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MGF - debate começou e é salutar
Não vou comentar as declarações de dois destacados líderes muçulmanos bissau-guineenses. Não merecem comentários.
É salutar que o debate sobre a Mutilação Genital Feminina aconteça no país, mesmo que os deputados não venham a aprovar legislação que proíba esta prática. Esperemos que o bom-senso e os direitos humanos prevaleçam sobre o medo de vingança dos irãns.
É salutar que o debate sobre a Mutilação Genital Feminina aconteça no país, mesmo que os deputados não venham a aprovar legislação que proíba esta prática. Esperemos que o bom-senso e os direitos humanos prevaleçam sobre o medo de vingança dos irãns.
Aérea de Cabo Verde terá vôo direto entre Bissau e Lisboa
Notícia LUSA
A Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) vai realizar vôos diretos entre Lisboa e a capital da Guiné-Bissau, Bissau, disse nesta quarta-feira à Agência Lusa o diretor de marketing da companhia aérea, António Socorro.
"Neste momento posso dizer que esta operação está a ser discutida entre a TACV e a aviação civil da Guiné-Bissau. Eles já deram o seu acordo, mas falta discutir alguns pontos relacionados com a autorização da aviação civil da Guiné e de Portugal", explicou.
Segundo António Socorro, a TACV espera iniciar o vôo, caso consiga as autorizações, em 23 de março.
"Inicialmente, a ligação será feita com um Boeing 737 ou 757, com 140 e 185 lugares, respectivamente", afirmou, por sua vez, o representante da TACV na Guiné-Bissau, Euclides Marino Vieira.
A TACV começou a fazer a ligação entre Bissau e Lisboa, via Sal, em 28 de outubro de 2007.
Segundo o responsável pela TACV em Bissau, os vôos entre Lisboa e Sal com ligação a Bissau registram "capacidade máxima", o que tem obrigado a deixar "alguma bagagem".
Este vôo poderá resolver o problema das bagagens, acrescentou.
Euclides Marino Silva destacou também que há possibilidade de reduzir os custos do bilhete com o vôo direto.
"A TACV vai tentar, em função dos custos e reação do mercado, reduzir os custos", afirmou, informando que também existe a possibilidade de aumento das ligações semanais.
A Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) vai realizar vôos diretos entre Lisboa e a capital da Guiné-Bissau, Bissau, disse nesta quarta-feira à Agência Lusa o diretor de marketing da companhia aérea, António Socorro.
"Neste momento posso dizer que esta operação está a ser discutida entre a TACV e a aviação civil da Guiné-Bissau. Eles já deram o seu acordo, mas falta discutir alguns pontos relacionados com a autorização da aviação civil da Guiné e de Portugal", explicou.
Segundo António Socorro, a TACV espera iniciar o vôo, caso consiga as autorizações, em 23 de março.
"Inicialmente, a ligação será feita com um Boeing 737 ou 757, com 140 e 185 lugares, respectivamente", afirmou, por sua vez, o representante da TACV na Guiné-Bissau, Euclides Marino Vieira.
A TACV começou a fazer a ligação entre Bissau e Lisboa, via Sal, em 28 de outubro de 2007.
Segundo o responsável pela TACV em Bissau, os vôos entre Lisboa e Sal com ligação a Bissau registram "capacidade máxima", o que tem obrigado a deixar "alguma bagagem".
Este vôo poderá resolver o problema das bagagens, acrescentou.
Euclides Marino Silva destacou também que há possibilidade de reduzir os custos do bilhete com o vôo direto.
"A TACV vai tentar, em função dos custos e reação do mercado, reduzir os custos", afirmou, informando que também existe a possibilidade de aumento das ligações semanais.
20.2.08
100% DIGNIDADE
Djendjen é uma aldeia miserável mas digna. Uma aldeia de terra, como quase todas no Mali. Dezena e meia de casas de terra, uma pequena mesquita de terra e uma pista de terra, que corta Djendjen em dois e a envolve numa poeira espessa cada vez que passa um carro. Cingidas à sua miséria poeirenta, as gentes de Djendjen nada mais têm que terra e uma dignidade bravia, obstinada, de quem trabalha para sobreviver e que, por isso, nunca se cansa.
Quis o destino que eu estivesse em Djendjen quando a RFI noticiava que os Estados Unidos haviam sido condenados por favorecer os seus produtores de algodão. A acção foi intentada pelo Brasil, de forma a acabar com a discriminação de que os produtores de algodão dos países do sul são objecto, face às medidas proteccionistas norte-americanas. A batalha não está ganha e adivinha-se longa, uma vez que os Estados Unidos vão recorrer da decisão.
Na berma da estrada, no preciso momento em que a notícia se espalhava pelo éter do habitáculo e pelos campos mirrados de Djendjen, um grupo de camponeses pesava algodão.
Parei o carro e, com a ajuda de um tradutor de ocasião, entabulei conversa com a dezena de homens. Por momentos apeteceu-me contar-lhes a notícia, dizer que talvez fosse desta que os camponeses do sul do mundo poderiam competir com os do norte, eternos protegidos dos seus poderes. Fiquei-me por um tímido “entié” (saudação Bambará) e algumas perguntas de ocasião.
As respostas dos camponeses deram-me a conhecer aquilo que já sabia. Por exemplo, que os agricultores de Djendjen se sentem explorados pelas companhias que aqui vêm comprar-lhes o algodão, que pagam cinco meses após a colheita; ou que um quilo de algodão custa em Djendjen 160 francos CFA (0.24 €).
Mas, por outro lado, aqueles 15 minutos de conversa ensinaram-me coisas novas e desconhecidas. Por exemplo, que o algodão do Mali tem uma dignidade diferente do norte-americano: na sua composição há apenas terra e suor, que é ao mesmo tempo a água que o fez crescer. Nem um pedacinho de dinheiro lá se encontra.
19.2.08
BELEZA DO SAHEL ESCRITA EM PORTUGUÊS
Para quem dá valor a essas coisas (à moda e às descendências lusas pelo mundo) fica a notícia.
Chama-se Inès da Silva Battista, é natural da Costa do Marfim e acaba de ser eleita miss Sahel.
AQUI (com foto)
Chama-se Inès da Silva Battista, é natural da Costa do Marfim e acaba de ser eleita miss Sahel.
AQUI (com foto)
SOLTAS DE MOÇAMBIQUE
A antiga catedral de Inhambane está bem guardada. Karl Marx na lateral e Ahmed Sékou Touré na rua que lhe passa em frente. Provocação da Frelimo, nos primeiros dias de liberdade?
Uma forma mais branda de dizer: "Blacks are not allowed" (pretos não são admitidos). Garantem-me naturais de Inhambane que até há bem pouco tempo era possível encontrar placas assim (assumidamente racistas) em alguns estabelecimentos pertença de Boers (sul-africanos brancos).
Uma capulana a adejar ao vento, numa praia em maré-baixa. Todo o Moçambique (a sua diversidade, a sua pobreza e riqueza, a sua alegria e tristeza) poderia ser representado por meia-dúzia de capulanas. Poucos objectos/coisas retratarão tão bem o país como as capulanas.
HOMOSEXUALIDADE - UMA OUTRA FORMA DE OBTER ASILO
Pour obtenir le droit d'asile en Belgique : Des sans-papiers déclarent être persécutés au Sénégal pour leur homosexualité
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18.2.08
CRASH AÉREO
Aqui está outro site para quem gosta de saber, antes de viajar no céu, com o que conta. Chama-se CRASH-AERIEN e a noticia do incidente com o avião da TAP (sexta-feira), que ligava Lisboa a Bissau, não lhes escapou.
AQUI
Destaque para a lista dos acidentes aéreos, sempre bem actualizadinha, na home!!! Boa viagem (sem crash's de preferência).
AQUI
Destaque para a lista dos acidentes aéreos, sempre bem actualizadinha, na home!!! Boa viagem (sem crash's de preferência).
17.2.08
MUSEU NACIONAL DO MALI - UMA AGRADÁVEL SURPRESA
Fica em Bamako. Bem museografado e com um belíssimo acervo. Interessante e positivo o facto de se verem malianos, e não apenas turistas, a visitar o museu. Famílias inteiras, com crianças pequenas pela mão, a aprender com que objectos e pedras se escreve a memória da sua terra. Uma agradável surpresa.
AQUI
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DREAMING OF MOZAMBIQUE
16.2.08
BORRADA À PORTUGUESA
A política de Portugal para África foi sempre desastrosa. Antes das independências, depois das independências e hoje em dia. Vai continuar a sê-lo atendendo às atitudes de altos responsáveis políticos daquele país norte-africano.
Porque raio tem a segunda figura do Estado português que receber um candidato à liderança do PAIGC? Só porque ele também já foi presidente da Assembleia guineense? Então que escolha outro momento, que não as vésperas de um congresso em que esse ex-presidente de Assembleia é candidato. Apenas porque Jaime Gama é amigo de Malam Bacai Sanhá? Então que o receba na sua casa e não no local de trabalho.
Quando lemos notícias destas temos a certeza que Portugal nunca ajudará a Guiné-Bissau a sair do buraco onde está enfiada. E não o digo por referência à pessoa de Malam Bacai Sanhá. Analiso apenas o lado de Portugal. Em nada me interessa ter sido Malam Bacai Sanhá ou não a ser recebido. Se fosse outro diria o mesmo. Choca-me ver uma instituição republicana receber um candidato a líder de partido político. Qualquer que seja o partido. Qualquer que seja o candidato.
Que a França, a Espanha, a União Europeia (até os chineses...) salvem a Guiné-Bissau! Portugal e a gentinha que governa o miserável rectângulo nunca serão capazes.
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Porque raio tem a segunda figura do Estado português que receber um candidato à liderança do PAIGC? Só porque ele também já foi presidente da Assembleia guineense? Então que escolha outro momento, que não as vésperas de um congresso em que esse ex-presidente de Assembleia é candidato. Apenas porque Jaime Gama é amigo de Malam Bacai Sanhá? Então que o receba na sua casa e não no local de trabalho.
Quando lemos notícias destas temos a certeza que Portugal nunca ajudará a Guiné-Bissau a sair do buraco onde está enfiada. E não o digo por referência à pessoa de Malam Bacai Sanhá. Analiso apenas o lado de Portugal. Em nada me interessa ter sido Malam Bacai Sanhá ou não a ser recebido. Se fosse outro diria o mesmo. Choca-me ver uma instituição republicana receber um candidato a líder de partido político. Qualquer que seja o partido. Qualquer que seja o candidato.
Que a França, a Espanha, a União Europeia (até os chineses...) salvem a Guiné-Bissau! Portugal e a gentinha que governa o miserável rectângulo nunca serão capazes.
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JANGADA DE S. VICENTE
- Um dias destes vamos até Cacheu!
Esta foi durante muito tempo a minha boca favorita para a simpatiquíssima equipa que vai fazendo a jangada de S. Vicente ligar as duas guinés (a do norte com a do centro e sul). E eles riam, riam, riam... conscientes que tal nunca seria possível.
- Jorge, agente não tem âncora na jangada, mas se formos rio abaixo mandamos a jangada contra o tarrafe e amarramos uma corda ao tarrafe. Depois esperamos que a maré perca força e tornamos a subir o rio... A Cacheu nunca chegaremos!
Muita gente na Guiné-Bissau comeu à conta dos rendimentos que a jangada dava, de tal forma que nunca foi feita manutenção aos motores. O decrépito ferry vivia ao sabor das correntes, sem força para as vencer: rio acima ou rio abaixo, conforme a maré subisse ou descesse.
Vem este texto a propósito do filme seguinte, encontrado no YOUTUBE. Só quem passou dezenas de vezes por S. Vicente sabe o gozo que dá ver estas imagens. As massacrantes horas de espera esqueciam-se depressa na hora de "montar as viaturas" em cima daquele pedaço de ferro que miraculosamente flutua!!! Com a nova ponte, em breve acabará o calvário... e as gargalhadas também. S. Vicente deixará de ser um nome mítico no imaginário de todos os que precisam de ir de Bissau a Ingoré, S. Domingos e Ziguinchor.
Esta foi durante muito tempo a minha boca favorita para a simpatiquíssima equipa que vai fazendo a jangada de S. Vicente ligar as duas guinés (a do norte com a do centro e sul). E eles riam, riam, riam... conscientes que tal nunca seria possível.
- Jorge, agente não tem âncora na jangada, mas se formos rio abaixo mandamos a jangada contra o tarrafe e amarramos uma corda ao tarrafe. Depois esperamos que a maré perca força e tornamos a subir o rio... A Cacheu nunca chegaremos!
Muita gente na Guiné-Bissau comeu à conta dos rendimentos que a jangada dava, de tal forma que nunca foi feita manutenção aos motores. O decrépito ferry vivia ao sabor das correntes, sem força para as vencer: rio acima ou rio abaixo, conforme a maré subisse ou descesse.
Vem este texto a propósito do filme seguinte, encontrado no YOUTUBE. Só quem passou dezenas de vezes por S. Vicente sabe o gozo que dá ver estas imagens. As massacrantes horas de espera esqueciam-se depressa na hora de "montar as viaturas" em cima daquele pedaço de ferro que miraculosamente flutua!!! Com a nova ponte, em breve acabará o calvário... e as gargalhadas também. S. Vicente deixará de ser um nome mítico no imaginário de todos os que precisam de ir de Bissau a Ingoré, S. Domingos e Ziguinchor.
PORQUE NOS BIJAGÓS TAMBÉM SE COME VACA
Se as gentes das ligas de protecção dos animais sabem disto...
15.2.08
O PRAZER DO TRABALHO
TELEMÓVEL BEM GUARDADO
O velho E., mestre de obras, é o mais antigo da empresa onde trabalha, em Bissau. E por isso tem direito à chave do velho cofre, abandonado no pátio. É lá que guarda o seu telemóvel, quando o coloca à carga. Os colegas brincam com ele e ligam no preciso momento em que o aparelho jaz fechado a sete chaves dentro do quadrado de ferro. Então E. vem a correr, desfolha nas mãos drementes as 50 chaves que traz no bolso, e, quando finalmente abre a porta, o telemóvel pára de tocar.
Uma imagem muito comum na Guiné. Em Bissau, uma das poucas (a única?) cidades capitais do mundo onde não há energia eléctrica, os guineenses aproveitam os locais de trabalho, onde existem geradores, para carregar os telemóveis.
Uma imagem muito comum na Guiné. Em Bissau, uma das poucas (a única?) cidades capitais do mundo onde não há energia eléctrica, os guineenses aproveitam os locais de trabalho, onde existem geradores, para carregar os telemóveis.
12.2.08
AIR MAYBE - AIR PEUT-ÊTRE - AIR TALVEZ
Antes de voar para África, Ásia ou Europa de leste passe por aqui. No AIR-VALID.COM pode consultar em detalhe o historial das companhias áereas. Ferramentas disponíveis, entre outras:
- Votação dos passageiros sobre critérios de pontualidade, segurança, etc.
- Notícias sobre situações que influenciem tráfego aéreo (greves, meteorologia)
- Aparelhos operados pelas companhias
- Acidentes ocorridos com aparelhos de determinada companhia
- Lista negra das Companhias de Aviação emitida pela União Europeia
Destaque para a lista negra da UE. De todas as companhias referidas só 7 não são de África. Todas as restantes provêm do Congo (com uma infinidade de companhias na lista negra), Guiné-Equatorial, etc. A angolana TAAG também lá está. Uma aventura voar por aqui...
- Votação dos passageiros sobre critérios de pontualidade, segurança, etc.
- Notícias sobre situações que influenciem tráfego aéreo (greves, meteorologia)
- Aparelhos operados pelas companhias
- Acidentes ocorridos com aparelhos de determinada companhia
- Lista negra das Companhias de Aviação emitida pela União Europeia
Destaque para a lista negra da UE. De todas as companhias referidas só 7 não são de África. Todas as restantes provêm do Congo (com uma infinidade de companhias na lista negra), Guiné-Equatorial, etc. A angolana TAAG também lá está. Uma aventura voar por aqui...
10.2.08
COM QUANTAS CABAÇAS SE FAZ UM BALAFON?
LAVAGEM DE GOLFINHOS
Assim como existe lavagem de dinheiro, também pode existir "lavagem de golfinhos selvagens". O alerta da jornalista francesa Nathalie Fontrel, especialista em questões ambientais, envolve negociatas na Guiné-Bissau... A captura de golfinhos nos Bijagós para venda aos parques temáticos é um negócio antigo no país.
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9.2.08
A MÚSICA DE MORATINOS
Miguel Angel Moratinos, MNE espanhol, deixou-se tocar por África (pela Guiné-Bissau também). No texto que assina hoje no El País há palavras de emoção sincera, mas que não escondem a política e a visão da Europa em relação a África. Vale a pena ler o texto. O julgamento e a interpretação a cada um de vós. A mim soa-me a música para os ouvidos de alguns.
Dois excertos:
Desde nuestros vehículos contemplamos las desesperanzadas imágenes de jóvenes deambulando por las calles embarradas del caótico torbellino urbanístico de Bissau, Kinshasa o Bamako. La gran mayoría vestía atuendos limpios y elegantes, con esos amarillos, verdes y rojos que tan bien representan los colores de las banderas africanas. Mostraban una gran dignidad personal, en absoluto afectada por la falta de horizonte existencial.
Las nuevas generaciones africanas, sin duda mejor educadas que las del pasado, están comunicadas con el mundo exterior. Son conscientes de la desgarradora desigualdad entre países ricos y pobres, pero viven ilusionadas con un futuro mejor. Con valentía, muchos arriesgan sus vidas mediante la emigración. Esos jóvenes han cambiado nuestra manera de acercarnos a África."
(...)
Aceptan al extranjero, a condición de respeto y confianza. Saben que no podrán superar solos sus problemas actuales. Necesitan y esperan ayuda en pie de igualdad. Se impone un reencuentro, una reconciliación.
Dois excertos:
Desde nuestros vehículos contemplamos las desesperanzadas imágenes de jóvenes deambulando por las calles embarradas del caótico torbellino urbanístico de Bissau, Kinshasa o Bamako. La gran mayoría vestía atuendos limpios y elegantes, con esos amarillos, verdes y rojos que tan bien representan los colores de las banderas africanas. Mostraban una gran dignidad personal, en absoluto afectada por la falta de horizonte existencial.
Las nuevas generaciones africanas, sin duda mejor educadas que las del pasado, están comunicadas con el mundo exterior. Son conscientes de la desgarradora desigualdad entre países ricos y pobres, pero viven ilusionadas con un futuro mejor. Con valentía, muchos arriesgan sus vidas mediante la emigración. Esos jóvenes han cambiado nuestra manera de acercarnos a África."
(...)
Aceptan al extranjero, a condición de respeto y confianza. Saben que no podrán superar solos sus problemas actuales. Necesitan y esperan ayuda en pie de igualdad. Se impone un reencuentro, una reconciliación.
NOVAS ROTAS NA EMIGRAÇÃO AFRICANA
Notícia DIÁRIO DE NATAL, Brasil.
"O barco saiu de Guiné Equatorial no dia 12 de janeiro. O destino original seria Trinidad e Tobago, na América Central, mas a falta de água, comida e combustível fez com que o roteiro fosse desviado e a embarcação foi bater nas pedras de uma praia ao lado de Caiçara do Norte, no distrito de Guajirú.
Embora pequeno, o barco que os transportava tinha uma boa estrutura para seguir viagem. Tinha dois barcos salva-vidas, GPS, celular global, bússula, várias cartas náuticas, captador de energia solar, TV e DVD."
Mais AQUI
"O barco saiu de Guiné Equatorial no dia 12 de janeiro. O destino original seria Trinidad e Tobago, na América Central, mas a falta de água, comida e combustível fez com que o roteiro fosse desviado e a embarcação foi bater nas pedras de uma praia ao lado de Caiçara do Norte, no distrito de Guajirú.
Embora pequeno, o barco que os transportava tinha uma boa estrutura para seguir viagem. Tinha dois barcos salva-vidas, GPS, celular global, bússula, várias cartas náuticas, captador de energia solar, TV e DVD."
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UM E-MAIL REDUNDANTE
A administração pública nos países da África-subshariana é inenarrável. Quando entramos numa repartição com o intuito de resolver um problema, somos empurrados de gabinete para gabinete, de senhor X para senhor Y. Só ao fim de algum tempo, depois de muitos corredores palmilhados e muitas portas batidas, damos com o Senhor S, que é a pessoa responsável pelo assunto que queremos tratar.
Hoje não vos falo de administração pública dos países sub-saharianos. Falo antes da administração pública de um país do norte de África, Portugal, um pedaço de terra que gostaria de ser Europeu e que não passa de uma imitação reles de qualquer aldeia perdida no Atlas marroquino.
O reencaminhamento da minha queixa (que verão de seguida) tem o mesmo valor que as palavras que escuto nas repartições públicas por onde vou passando um pouco por toda a África.
- Ahhhh, isso não é aqui. Tem que subir as escadas, virar à direita, seguir em frente, depois virar à esquerda, subir mais um degrau e bater na segunda porta à esquerda!
Factos...
No dia 2 de Janeiro apresentei queixa contra a TAP, junto da Inspecção-geral de Finanças. A companhia aérea fez ouvidos moucos a 3 (três!) pedidos de emissão de uma factura. Não conseguindo justificar tal despesa, decidi avançar com uma queixa contra a TAP por eventual fuga aos impostos.
Depois de muita net palmilhada, lá descobri o e-mail do responsável máximo da Inspecção Geral de Finanças. As voltas que o meu e-mail deu são a prova que Portugal ainda tem muito que palmilhar para ser um país desenvolvido. Tanto ou mais do que eu, para conseguir que a TAP seja multada por não fazer aquilo que qualquer contribuinte honesto deve fazer: passar factura dos serviços prestados.
Eis as voltas do e-mail:
O director da Inspecção Geral de Finanças disse que não era nada com ele. Enviou o e-mail para a Direcção de Inspecção Tributária, que por sua vez também não se julgou competente para tratar do assunto. Não sabendo ao certo quem deveria tratar do dito, este serviço chuta para outros dois o trabalho. O e-mail segue para a Divisão de Estudos e Coordenação e para a Divisão de Investigação de Fraude e Acções Especiais. A Divisão de Estudos e Coordenação, considerando que não é nada com ela, pontapeia para a Divisão de Estudos e Informações. Esta última, por sua vez, reencaminha o e-mail para a Direcção de Inspecção Tributária. O meu e-mail tornou-se redundante, voltou ao início do ciclo, depois de ter passado por 6 (seis!) departamentos.
Para provar que não estou a mentir, aqui apresento os dados.
De: Jorge Rosmaninho [mailto:jorge.rosmaninho@gmail.com]
Enviada: qua 02-01-2008 2:12
Para: jlmartins@igf.min-financas.pt
Cc: Gabinete Director Geral da DGCI; igfinancas@mail.telepac.pt; fale.connosco@tap.pt; Reservas@tap.pt
Assunto: queixa contra a TAP por não emissão de factura
De: Gabinete Director Geral da DGCI
Enviada: qua 02-01-2008 12:12
Para: DSIT-Dir Inspecção Tributária
Assunto: FW: queixa contra a TAP por não emissão de factura
De: DSIT-Dir Inspecção Tributária
Enviada: qua 02-01-2008 16:49
Para: DSPCIT - Div Estudos e Coordenação; DSIFAE-Div de Investigação da Fraude e Acções Especiais
De: DSPCIT - Div Estudos e Coordenação
Enviada: qui 03-01-2008 11:14
Para: DSIFAE - Div de Estudos e Informações
Cc: DSIT-Dir Inspecção Tributária
De: DSIFAE - Div de Estudos e Informações dsifae-dei@dgci.min-financas.pt
Enviada: sex 08-02-2008 16:48
Para: DSIT-Dir Inspecção Tributária Cc: dgci.min-financas.pt
Um destes dias, quando um destes serviços solicitar que pague o que devo, direi que não o reconheço competente para me pedir dinheiro, exigindo que o mesmo pedido seja feito pelo serviço do lado. Talvez assim me livre de pagar impostos.
Hoje não vos falo de administração pública dos países sub-saharianos. Falo antes da administração pública de um país do norte de África, Portugal, um pedaço de terra que gostaria de ser Europeu e que não passa de uma imitação reles de qualquer aldeia perdida no Atlas marroquino.
O reencaminhamento da minha queixa (que verão de seguida) tem o mesmo valor que as palavras que escuto nas repartições públicas por onde vou passando um pouco por toda a África.
- Ahhhh, isso não é aqui. Tem que subir as escadas, virar à direita, seguir em frente, depois virar à esquerda, subir mais um degrau e bater na segunda porta à esquerda!
Factos...
No dia 2 de Janeiro apresentei queixa contra a TAP, junto da Inspecção-geral de Finanças. A companhia aérea fez ouvidos moucos a 3 (três!) pedidos de emissão de uma factura. Não conseguindo justificar tal despesa, decidi avançar com uma queixa contra a TAP por eventual fuga aos impostos.
Depois de muita net palmilhada, lá descobri o e-mail do responsável máximo da Inspecção Geral de Finanças. As voltas que o meu e-mail deu são a prova que Portugal ainda tem muito que palmilhar para ser um país desenvolvido. Tanto ou mais do que eu, para conseguir que a TAP seja multada por não fazer aquilo que qualquer contribuinte honesto deve fazer: passar factura dos serviços prestados.
Eis as voltas do e-mail:
O director da Inspecção Geral de Finanças disse que não era nada com ele. Enviou o e-mail para a Direcção de Inspecção Tributária, que por sua vez também não se julgou competente para tratar do assunto. Não sabendo ao certo quem deveria tratar do dito, este serviço chuta para outros dois o trabalho. O e-mail segue para a Divisão de Estudos e Coordenação e para a Divisão de Investigação de Fraude e Acções Especiais. A Divisão de Estudos e Coordenação, considerando que não é nada com ela, pontapeia para a Divisão de Estudos e Informações. Esta última, por sua vez, reencaminha o e-mail para a Direcção de Inspecção Tributária. O meu e-mail tornou-se redundante, voltou ao início do ciclo, depois de ter passado por 6 (seis!) departamentos.
Para provar que não estou a mentir, aqui apresento os dados.
De: Jorge Rosmaninho [mailto:jorge.rosmaninho@gmail.com]
Enviada: qua 02-01-2008 2:12
Para: jlmartins@igf.min-financas.pt
Cc: Gabinete Director Geral da DGCI; igfinancas@mail.telepac.pt; fale.connosco@tap.pt; Reservas@tap.pt
Assunto: queixa contra a TAP por não emissão de factura
De: Gabinete Director Geral da DGCI
Enviada: qua 02-01-2008 12:12
Para: DSIT-Dir Inspecção Tributária
Assunto: FW: queixa contra a TAP por não emissão de factura
De: DSIT-Dir Inspecção Tributária
Enviada: qua 02-01-2008 16:49
Para: DSPCIT - Div Estudos e Coordenação; DSIFAE-Div de Investigação da Fraude e Acções Especiais
De: DSPCIT - Div Estudos e Coordenação
Enviada: qui 03-01-2008 11:14
Para: DSIFAE - Div de Estudos e Informações
Cc: DSIT-Dir Inspecção Tributária
De: DSIFAE - Div de Estudos e Informações dsifae-dei@dgci.min-financas.pt
Enviada: sex 08-02-2008 16:48
Para: DSIT-Dir Inspecção Tributária
Um destes dias, quando um destes serviços solicitar que pague o que devo, direi que não o reconheço competente para me pedir dinheiro, exigindo que o mesmo pedido seja feito pelo serviço do lado. Talvez assim me livre de pagar impostos.
7.2.08
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