Notícia LUSA
O PAIGC admitiu esta segunda-feira que poderá negociar uma eventual aliança governamental com a recém eleita direcção do Partido da Renovação Social (PRS), sem afastar uma eventual antecipação das eleições legislativas na Guiné-Bissau previstas para 2008.
Em declarações à Agência Lusa, Daniel Gomes, porta-voz do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), comentava os resultados do III Congresso dos «renovadores», que terminou domingo à noite depois da reeleição de Kumba Ialá como presidente.
«São resultados que já esperávamos, pois era esperado também que Kumba Ialá voltasse à liderança. Não restam as menores dúvidas de que Kumba Ialá é uma personalidade carismática no seio do PRS e o seu regresso à liderança é bem-vindo para o PAIGC», afirmou Daniel Gomes.
Salientando que o PAIGC e o PRS já manifestaram, no passado, a intenção de formar um executivo de unidade nacional, liderado por Carlos Gomes Júnior, presidente do antigo partido único, Daniel Gomes defendeu a importância de um eventual acordo nesse sentido.
«O PAIGC já manifestou isso. No quadro político guineense, o entendimento político entre PAIGC e PRS teria um grande alcance para o progresso e estabilidade no país», sustentou, insistindo na ideia de que o actual governo é «ilegal».
Domingo à noite, já na qualidade de novo presidente dos «renovadores», Kumba Ialá disse na intervenção final do III Congresso do PRS estar «aberto» a novos parceiros políticos, deixando no ar a ideia de que será possível chegar a um entendimento com o PAIGC.
Kumba Ialá voltou a insistir na convocação de eleições legislativas antecipadas, o que pressupõe a demissão do executivo de Aristides Gomes, bem como o fim do Fórum de Convergência para o Desenvolvimento (FCD), que constitui a base de apoio do executivo e que considerou também «ilegal e ilegítimo».
Na ocasião e em declarações à Lusa, Kumba Ialá indicou que, «para já», o PRS vai manter os seus dirigentes no actual executivo, cinco ministros e quatro secretários de Estado, situação que será analisada na próxima reunião do novo Conselho Nacional, a marcar «para breve».
Por outro lado, Daniel Gomes adiantou que «vários camaradas» do PAIGC, entre eles Soares Sambu, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, «já efectuaram uma visita informal» a Kumba Ialá, que regressou ao país há cerca de três semanas, após um ano de ausência em Marrocos, mas que «nada foi oficial».
«Houve muita especulação com uma visita informal efectuada por camaradas do PAIGC. Kumba Ialá não é inimigo de ninguém. Tem muitos amigos na Guiné-Bissau e começou a sua actividade política no PAIGC. Será que é proibido visitar Kumba Ialá?», justificou.
14.11.06
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